Dicas para comer bem sem descuidar do meio ambiente

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Por Jornal da USP Você já parou para pensar no porquê de comer o que come? Quais são as trajetórias dos alimentos — desde onde foram produzidos até chegaram ao mercado e, finalmente, à mesa? A alimentação, algo que pode parecer tão trivial, é um processo complexo, que envolve pessoas, práticas culturais e interesses econômicos. Para tornar esse sistema mais conhecido, o projeto de extensão Sustentarea da Faculdade de Saúde Pública da USP lançou a 12ª edição de sua revista trimestral, a última de 2021.

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A revista traz discussões sobre o sistema alimentar brasileiro, descrito por seu editor, Alisson Machado, como um conjunto de processos que envolvem desde a produção até o consumo final dos alimentos. Algo que, segundo o periódico, não diz respeito apenas às logísticas de transporte e cultivo, mas que se relaciona também com a história de colonização do País, os hábitos e alimentos que se desenvolveram em cada região. 

A nova edição conta com 20 autores das áreas de nutrição, geografia e antropologia. Para Machado, o assunto escolhido tem ganhado destaque no contexto de pandemia e avanço da fome no Brasil. Nesse cenário, muitas pessoas começaram a pensar como a alimentação se associa a aspectos mais amplos da vida, como a saúde, o humor e o impacto humano sobre o meio ambiente.

A procura por uma alimentação sustentável deixa de contemplar apenas a demanda nutricional do indivíduo para se engajar no uso responsável dos recursos naturais. Aos que estão nesta busca, Machado chama atenção para a importância de compreender a origem da comida que chega à mesa. “Dependendo do que a gente escolhe, estimulamos algum tipo de economia. Ao consumir de pequenos produtores e alimentos orgânicos, por exemplo, o impacto ambiental é menor”, lembra o editor da publicação.

Além dessas reflexões, a edição oferece alternativas ao consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados, disponibilizando receitas e dicas de preparo para opções mais saudáveis, como as plantas comestíveis descartadas do cardápio tradicional — as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs).

A taioba (Xanthosoma sagittifolium) de folhas verdes é a única variedade comestível da planta – Imagem: reprodução/Sustentarea

Destaque da edição para a lista de alimentos de época, além de uma perspectiva sobre os alimentos mais produzidos no Brasil e no mundo, a revista apresenta ainda a história de sucesso da Cooperativa Grande Sertão e características da taioba, na tradicional seção Que Alimento é Esse?

Sustentarea

A revista Sustentarea integra as atividades do Núcleo de Apoio às Atividades de Cultura e Extensão da USP (Nace) Sustentarea, projeto de extensão universitária da USP com uma visão global da alimentação. Indo desde a produção até o consumo, o projeto visa a ajudar a construir e manter hábitos saudáveis na população, a fim de reduzir o risco de doenças crônicas e o impacto ambiental.

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O Nace surgiu como uma evolução do projeto Dia Sem Carne na FSP, que foi baseado numa dissertação de mestrado da faculdade. Atualmente, o projeto atua na divulgação científica para a população nas mídias sociais e desenvolve atividades sobre alimentação e sustentabilidade em rodas de conversa, oficinas e materiais educativos com alunos de escolas municipais de São Paulo. O objetivo é estimular o engajamento e a reflexão dos alunos na melhora de seus hábitos alimentares e entre seus amigos e familiares.

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Equipe eCycle

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