Diesel ou gasolina? Qual é melhor usar? Existem diversas dúvidas em torno de qual combustível utilizar, que vão além da diferença de preço dos combustíveis.
Estudos concluíram que o óleo diesel é muito mais danoso ao meio ambiente e à saúde humana do que a gasolina. Isso porque os hidrocarbonetos que compõem a gasolina são mais leves do que aqueles presentes no diesel, causando menos poluição.
Veja qual é a melhor opção para seu tipo de motor e as vantagens e desvantagens dos dois combustíveis.
A gasolina é usada majoritariamente em motores de combustão interna. Sendo uma mistura de hidrocarbonetos (compostos orgânicos que contém átomos de carbono e hidrogênio) obtidos do petróleo bruto a partir de vários processos. Alguns deles são o “cracking” e a destilação. Os hidrocarbonetos que compõem esse tipo de combustível são formados por moléculas de menor cadeia carbônica (normalmente cadeias de 4 a 12 átomos de carbono).
Além disso, em termos de funcionalidade, os aditivos presentes na gasolina podem limpar o motor, mantendo sua integridade e ampliando sua vida útil.
Por outro lado, o diesel é composto por uma cadeia de hidrocarbonetos maior e menos volátil do que outros componentes do petróleo, como a gasolina. Isso facilita a sua separação por destilação e ajuda a melhorar o desempenho. Dessa maneira, ele possui maior poder calorífero, gerando mais calor quando queimado. Isso faz com que veículos que utilizam esse combustível sejam mais econômicos.
Nos motores de carros a diesel, as misturas de ar com combustível são menos homogêneas do que nos carros a gasolina, ajudando a melhorar o desempenho. Eles têm a característica de funcionar por ignição espontânea, dificultando a mistura.
Assim, para assegurar uma combustão completa, deve existir excesso de ar na câmara de combustão. Na falta desse excesso, ocorre emissão de fuligem, monóxido de carbono e hidrocarbonetos. Isso em quantidades sete vezes maiores do que na queima de gasolina, segundo pesquisas.
A emissão de um motor a diesel é composta por gases, vapores e material particulado. Os gases e vapores constituintes incluem o dióxido de carbono, o monóxido de carbono, os óxidos nítricos, o dióxido de nitrogênio, os óxidos sulfurosos e os hidrocarbonetos.
Para piorar, alguns deles são compostos orgânicos voláteis (VOCs), algumas das substâncias mais tóxicas que nos cercam no dia a dia. Esses poluentes atmosféricos ainda podem interagir entre si ou sofrer fotólise, formando os poluentes chamados secundários, como ozônio, nitratos de peroxiacetila, entre outros.
Observação: não misture diesel na gasolina, a prática pode causar danos irreversíveis no motor devido ao processo de detonação com a combustão imediata por causa da comburência maior do diesel. As emissões causadas por essa mistura podem causar problemas para a saúde, e para o motor de seu veículo.
Os óxidos de enxofre e nitrogênio afetam o sistema respiratório provocando ataques de asma e irritação das vias respiratórias a curto prazo, e doenças cardiovasculares e respiratórias de tipo crônico a longo prazo. O monóxido de carbono reduz a capacidade de transporte de oxigênio no sangue e os materiais particulados causam alergias respiratórias, além de transportar outros poluentes, como metais pesados e compostos orgânicos cancerígenos.
Em 2002, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) divulgou um relatório que alertava para os riscos da exposição prolongada aos vapores do óleo diesel.
Segundo o relatório, a inalação desses materiais particulados a longo prazo, e também do enxofre e óxidos de nitrogênio, podem causar câncer. Em 2013, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) concluiu que, emissões de veículos a diesel causam câncer de pulmão. Eles acreditam também que provavelmente resulte em câncer de bexiga.
De acordo com Paulo Saldiva, pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), dentre os poluentes, os mais nocivos são os materiais particulados. Segundo o pesquisador, essas partículas se acumulam nos alvéolos pulmonares, agravando doenças respiratórias, e entram na corrente sanguínea, podendo afetar outros órgãos.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, estima-se que para cada aumento de 10 microgramas por metro cúbico (µg/m³) na concentração de material particulado inalável no ar (fumaça, fuligem, entre outros), haja um aumento de 1,5% nas internações por doença isquêmica do coração em idosos e mais de 4% por doenças pulmonares em crianças e idosos.
Há algumas medidas realizadas pelo setor público do governo brasileiro que visam diminuir a emissão desses poluentes na atmosfera. Entre elas, podemos citar a Inspeção Veicular Ambiental e o Programa de Controle da Poluição do Ar. Para saber mais sobre esse tema, clique na matéria abaixo.
Como cidadão consciente, você pode reduzir a emissão de gases poluentes dando preferência ao uso de transportes públicos, bicicleta, patins ou skate. Além disso, incluir mais caminhadas na sua rotina também vale a pena. A prática traz diversos benefícios para o meio ambiente e a saúde.
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