Digitalização é o processo de transformar um documento físico para o formato digital, através de um dispositivo apropriado para isso. Além disso, na linguagem popular, é um termo genérico para descrever a transformação digital da sociedade e da economia, um fenômeno chamado de desmaterialização. Na prática, os dois termos costumam ser confundidos e tratados como sinônimos.
A desmaterialização facilita a gestão de documentos, previne fraudes, otimiza processos e reduz custos e reduz a necessidade de espaços físicos no mundo do trabalho. Além disso, o processo de digitalização de documentos tem sido visto como uma ação de sustentabilidade importante para as empresas, uma vez que metade dos resíduos gerados em ambientes corporativos no mundo é papel. Além disso, a produção de uma única folha de papel A4 consome cerca de 10 litros de água.
Assim como a inovação da máquina a vapor e a difusão da eletricidade mudaram a sociedade, a digitalização vem transformando a economia e a sociedade. Embora, por exemplo, a administração pública muitas vezes ainda aceite apenas documentos em papel e trabalhe com arquivos físicos, a digitalização já é parte do nosso dia a dia. As indústrias de música e mídia foram as primeiras a experimentar os efeitos da digitalização. O setor de varejo o acompanhou.
Mas qual será o impacto da digitalização no futuro? Por um lado, a tecnologia disponível, por meio da digitalização de documentos, permite reduzir o consumo de papel e de cartuchos de toners de impressoras nas empresas e nas residências. Além disso, as novas formas de configuração de trabalho, como o esquema de home-office, também impulsionadas pela ascensão de novas tecnologias, contribuem para a redução da demanda de energia nas empresas, da geração de resíduos e do consumo de água.
A digitalização está desempenhando um papel significativo no desenvolvimento sustentável e tendo um grande impacto na vida das pessoas. Para acelerar o progresso em direção aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos em 2015, é crucial usar todo o potencial da digitalização, com cooperação digital ativa e interações entre pesquisadores e formuladores de políticas. As abordagens para enfrentar os desafios globais devem continuar a evoluir, assim como nossas terras agrícolas, nossos ecossistemas e nossos espaços urbanos estão mudando.
Casas inteligentes, por exemplo, otimizam o consumo de energia em casa. Aplicativos de compartilhamento de alimentos reduzem o desperdício. Sistemas de transporte inteligentes orientam o tráfego pelas cidades com menos emissões. Novos métodos digitais, junto aos recursos da inteligência artificial e aos sistemas de informação de saúde inteligentes, também abriram o caminho para serviços de saúde preditiva inovadores e medicina personalizada, para garantir um futuro saudável e seguro para todos.
A digitalização também facilita o monitoramento oportuno do clima urbano, poluição sonora e poluição do ar para benefícios de saúde ambiental. Aplicativos como o Breezometer e o Luftdaten fornecem informações quase em tempo real sobre a qualidade do ar em uma cidade, possibilitando que os cidadãos estejam cientes do ambiente.
No entanto, o progresso tecnológico de hoje também tem seu preço. Smartphones mais novos, por exemplo, estão substituindo dispositivos mais antigos em intervalos cada vez mais regulares. Os modelos desatualizados acabam nas gavetas (e no lixo) com muita frequência. Em 2016, 44,7 milhões de toneladas de lixo eletrônico foram gerados em todo o mundo – e somente 20% desse total foi reciclado.
Por enquanto, não é possível dizer que a digitalização seja necessariamente sustentável. Além da enorme geração de lixo, o fenômeno também contribui para o aumento da já gigantesca demanda global de energia. O rápido crescimento do uso da nuvem e nosso uso diário de internet vêm produzindo uma demanda coletiva de eletricidade nunca vista anteriormente.
Por isso, é necessário que as legislações e políticas em todo o mundo evoluam em conjunto para acompanhar os novos recursos tecnológicos, com responsabilidade ética e ambiental. A digitalização tem um enorme potencial para contribuir na proteção dos ecossistemas, na redução de emissões de gases do efeito estufa, no combate às mudanças climáticas e na saúde da natureza, mas é importante que estejamos atentos aos efeitos colaterais do fenômeno.
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