Imagem: Wikimedia Commons
A presidenta Dilma Rousseff e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, apresentaram no dia 20 de agosto uma declaração conjunta dos dois países para o enfrentamento das mudanças climáticas. O texto inclui o compromisso com a descarbonização da economia até o fim deste século, o que significa reduções drásticas de emissões de gases de efeito estufa por meio de cortes significativos no uso de combustíveis fósseis.
Segundo Dilma, a declaração reflete o compromisso do Brasil e da Alemanha para o êxito da próxima Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP-21), em dezembro, em Paris.
“Se queremos evitar que a temperatura [do planeta] aumente em dois graus, nosso compromisso com a descarbonização no horizonte de 2100 é algo muito importante e relevante para todo o planeta”, disse a chefe de Estado brasileira ao lado de Merkel. Elas deram declaração à imprensa após reunião no Palácio do Planalto.
“Temos compromisso comum de descarbonização da economia até o fim do século”, acrescentou Merkel, que anunciou a criação de um fundo 500 milhões de euros que se destinará às questões relacionadas às mudanças climáticas.
Dilma também listou a restauração e recuperação florestal de 12 milhões de hectares, a meta de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030 e a neutralização das emissões de carbono associadas à supressão de vegetação na Amazônia como compromissos da declaração conjunta Brasil-Alemanha.
Apesar da declaração, Dilma e Merkel não apresentaram as metas nacionais de redução de emissões de gases de efeito estufa que serão levadas à reunião do clima em Paris. Segundo Dilma, os números do Brasil só serão divulgados em setembro.
A presidenta brasileira convidou os alemães a ampliar os investimentos no Brasil, principalmente nos setores de infraestrutura e energia renovável e destacou a segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística e do recém-lançado Programa de Investimentos em Energia Elétrica, com foco nas fontes renováveis.
O Greenpeace, no entanto, diz que o governo brasileiro estipula metas com prazos de cumprimento muito longos e com capacidade reduzida de alteração ambiental.
“Em contrapartida ao apoio multi-milionário da Alemanha com foco na proteção das florestas nacionais, regularização fundiária da Amazônia, energias renováveis, cidades sustentáveis e adaptação a impactos das mudanças climáticas, a presidente Dilma propôs metas extremamente tímidas”, afirma nota no site do Greenpeace. A organização afirma que a atual presidente é que menos criou áreas verdes desde o fim da ditadura e que o prazo para o fim do desmatamento ilegal é muito longo (2030).
Fontes: Agência Brasil e Greenpeace
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