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O dióxido de titânio é utilizado em diversas áreas da indústria devido às suas propriedades químicas e físicas
O dióxido de titânio (TiO2), também conhecido como INS 171 ou E171, é um pó mineral branco, opaco e sem odor, existente em diversas formas cristalinas, como rutilo e anatase. Seu uso é diverso, devido às suas inúmeras propriedades e acessibilidade, que veremos a seguir.
Para que serve o dióxido de titânio?
Antigamente, o dióxido de titânio era bastante utilizado como um pigmento em esmaltes de porcelana, dando brilho, dureza e resistência a ácidos. Por ter muitas propriedades benéficas, seu uso comercial começou a se expandir para outras áreas. Destacam-se:
Indústria alimentícia
Principalmente usado na indústria alimentícia, o dióxido de titânio serve como corante em confeitarias, produtos lácteos e molhos brancos para realçar a cor branca e opaca, atraindo consumidores.
Indústria cosmética e farmacêutica
Ele também tem grande importância para a nanotecnologia, devido às suas propriedades como agente filtrador de luz ultravioleta (UV) e branqueador, conquistando a indústria de cosméticos, que utiliza as nanopartículas de dióxido em produtos de skincare, maquiagens e protetores solares.
Além disso, o dióxido de titânio serve como pigmento para deixar os comprimidos de medicamentos mais brancos.
Indústria elétrica
Importante semicondutor na presença de luz, o dióxido de titânio também é usado em aplicações como fotocatálise, catálise, células fotovoltaicas e sensores de gases. Esse uso deve-se a sua estabilidade química, alta reatividade e não toxidade.
Pigmentos
No geral, esse mineral serve como pigmento para outros materiais, além de cosméticos e alimentos. A indústria de papel, tinta, fibra, cerâmica e borracha também o utilizam para deixar seus produtos mais brancos, brilhantes e opacos.
Como é feito o dióxido de titânio?
O titânio é um dos elementos mais comuns da crosta terrestre e sua interação natural com o oxigênio forma o dióxido de titânio. Essa formação é encontrada em minérios, areias e solos.
Apesar de sua ocorrência natural, o dióxido de titânio também pode ser feito artificialmente por dois processos principais: sulfatação e cloretação.
Na sulfatação, é usada como base a ilmenita, que reage com o ácido sulfúrico (H2SO4) quente, formando sulfatos de titânio ferroso e férrico. Depois, o sulfato ferroso é removido por centrifugação e a outra parte é hidrolisada com soda cáustica. Esse processo todo forma o hidróxido de titânio, que é precipitado, filtrado e calcinado, obtendo o dióxido de titânio.
Já na cloretação, o rutilo é usado como base para reagir com gás de cloro, produzindo o tetracloreto de titânio. Esse produto, por sua vez, é oxidado com ar ou oxigênio a 1000ºC, formando o dióxido de titânio.
Dióxido de titânio faz mal?
Embora ele seja de grande utilidade para vários processos industriais, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) baniu, em 2021, o uso de dióxido de titânio como aditivo em alimentos.
De acordo com a organização, há uma preocupação com a genotoxicidade das nanopartículas de dióxido de titânio, que podem danificar o DNA e levar a mutações nas células, causando câncer. Além disso, um estudo realizado em animais encontrou lesões intestinais causadas pela ingestão do aditivo.
No Brasil, o uso de dióxido de titânio em alimentos é permitido pela Anvisa, apesar da ocorrência de protestos contra seu uso.
Impactos ambientais
A produção de dióxido de titânio a partir do processo de sulfatação causa alguns problemas no meio ambiente, devido à grande quantidade de rejeito gerado na forma de sulfato de ferro. Segundo a Cetem, cada tonelada de dióxido de titânio obtida pela sulfatação gera em torno de sete toneladas de resíduos. Dessa forma, sua produção por meio desse processo diminuiu.
Além disso, sua mineração também causa alguns impactos ambientais negativos, como a degradação do solo, poluição das águas e emissão de gases poluentes.
