As vacas fazem parte do grupo dos ruminantes, animais que apresentam um estômago complexo capaz de ingerir o alimento e, após certo período, regurgitá-lo para a boca, onde é novamente mastigado e deglutido. Por conta dessa digestão demorada, os ruminantes arrotam muito. Lendo essa informação, você pode perguntar: e daí?
A informação surpreendente é que os arrotos das vacas liberam um gás provocador do efeito estufa muito mais potente do que o dióxido de carbono – trata-se do metano. Uma vaca emitindo metano a cada arroto não contribui tanto para as mudanças climáticas, mas de acordo com a Enviromental Protection Agency (EPA), dos EUA, juntando os arrotos dos 1,2 bilhão de ruminantes de grande porte (vacas, ovelhas, cabras, etc.) do planeta e a pecuária em geral, temos 28% de todas as emissões de metano causadas por atividades relacionadas ao homem. O site da EPA afirma também que o gado nos Estados Unidos emite cerca de 5,5 milhões toneladas métricas de metano por ano na atmosfera, o que representa 20% das emissões de metano do país (veja mais aqui – em inglês).
E o mais curioso nessa história é a solução para o problema. Pesquisadores da CSIRO’s Sustainable Agriculture Flagship desenvolveram um dispositivo que a revista New Scientist apelidou de “submarino sugador de gás”. Ele fica no estômago das vacas e se utiliza de sensores infravermelhos para controlar as emissões de metano. O dispositivo wi-fi se instala no estômago do animal quando ingerido e possui uma espécie de “par de asas” que se abrem no estômago para prevenir que o dispositivo não se mova dentro do rúmen (onde o metano é produzido), que é o maior estômago da vaca juntamente com o retículo (veja mais aqui).
Se essa experiência der certo, os dispositivos vão permitir que os agricultores possam controlar a alimentação do animal, sabendo o que devem comer e com isso manter o nível de produção do metano baixo. Também poderão monitorar rumores que venham a acontecer no estômago das vacas para curá-las sem a necessidade de esperar sintomas mais agudos.
Ao mesmo tempo, a CSIRO’s está estudando a química de plantas anti-metanogênicas, que reduzem as emissões de metano, para tentarem desenvolver mais melhorias no novo dispositivo.
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