Dissonância cognitiva é um desconforto mental que ocorre devido a duas crenças, valores e atitudes conflitantes. Como a maioria das pessoas buscam consistência em seus atos e percepções de mundo, este conflito pode gerar sentimentos de ansiedade e estresse. Apesar de causar sentimentos ruins, a dissonância não é considerada uma doença, e sim um fenômeno psicológico.
O termo “dissonância cognitiva” foi criado em 1957, pelo pesquisador e psicólogo Leon Festinger. De acordo com a teoria do estadunidense, a dissonância cognitiva descreve o desconforto sentido quando duas cognições são incompatíveis uma com a outra — uma cognição é um tipo de conhecimento que pode ser um pensamento, atitude, valor ou um hábito.
A ideia foi baseada em uma série de testes que Festinger realizou quando ainda era professor da New School for Social Research, de Nova York. Durante a pesquisa foram usados 71 voluntários, metade deles recebeu um dólar por colocar estacas em um quadro e afirmar para um voluntário em espera que a ação era divertida, enquanto o outro grupo recebeu 20 dólares.
No final do teste, aqueles voluntários que receberam apenas um dólar disseram ter mais diversão do que os que receberam 20 dólares. A ideia era que, quem recebeu menos, sentiu menos vontade de mentir — devido ao valor — e por isso se convenceu de que a ação era divertida. Enquanto aqueles que receberam mais sentiram que a quantidade era o suficiente para mentir, por isso, não experienciaram dissonância cognitiva.
Para entender melhor o que aconteceu com o grupo do “um dólar”: eles não queriam mentir por estarem recebendo pouco, mas acabavam mentindo pois tinham um acordo com os pesquisadores. Sendo assim, eles passaram por uma situação de conformidade forçada, uma das causas da dissonância cognitiva, e foram contra os seus valores para cumprir o acordo.
A dissonância cognitiva não é um fenômeno que pode ser observado fora do corpo, já que os sentimentos são internos. No entanto, existem sinais que podem indicar que uma pessoa está sofrendo com este problema. Isso devido ao fato de que os indivíduos tendem a evitar e tentar resolver o desconforto gerado por esse conflito.
Os sinais da dissonância que podem funcionar como mecanismos de defesa são:
Qualquer pessoa pode sofrer com dissonância cognitiva no dia a dia, afinal, nem sempre é possível agir conforme as nossas crenças. Alguns fatores que podem causar essa divergência são:
Conformidade forçada: a pessoa pode não concordar com algo que tem que fazer, mas precisa cumprir com a ação sabendo que é algo do trabalho, da lei ou para evitar abuso e bullying;
Tomar decisões: em algumas situações, as decisões a serem tomadas são limitadas. Sendo assim, uma pessoa pode ter que escolher entre várias opções que não concorda aquela que tem menos impactos negativos. A partir dessa situação ocorre a dissonância cognitiva;
Esforço: o ser humano tende a valorizar aquilo que se esforçou para conseguir, mesmo que seja algo ruim. Isso porque considerar o resultado negativo depois de trabalhar muito para conseguir pode gerar dissonância e conflito;
Alguns dos efeitos da dissonância cognitiva na saúde humana são:
Esses efeitos podem fazer com que você mude de pensamento ou atitudes, por isso também podem ser positivos.
Se a dissonância cognitiva estiver atrapalhando sua rotina e tornando difícil o seu dia a dia, entre em contato com um terapeuta especializado em psicologia. Apesar de não ser uma doença ou transtorno, o acompanhamento de um profissional capacitado pode reduzir a dissonância e seus desconfortos, além de facilitar a tomada de decisões.
Para além do acompanhamento psicológico, você pode tirar um momento do seu dia para se perguntar algumas questões sobre a dissonância cognitiva, e tentar resolver o conflito interno:
A compreensão da divergência dos elementos cognitivos pode ser o primeiro passo para o alívio do desconforto gerado pelo fenômeno. Desta maneira, tente entender o que tem causado o sentimento ruim antes e depois tente eliminá-lo, mudando seus pensamentos e atitudes.
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