DMT é a abreviação de dimetiltriptamina, um alucinógeno também conhecido como “molécula de espírito”. Usada em alguns rituais religiosos, acredita-se que a DMT tem a capacidade de desencadear um despertar espiritual no usuário.
Sua origem é vegetal, derivada de diversas plantas presentes na América Central, América do Sul e em partes da Ásia, como a Chacrona (Psychotria viridis) e o Jagube (Banisteriopsis caapi). Parecida com um pó branco cristalino, a dimetiltriptamina é utilizada de diversas formas — fumada, vaporizada, cheirada, injetada ou até em forma de ayahuasca. Quando não é pura, sua aparência pode variar entre tons de amarelo, laranja e rosa ou verde e marrom ao adicionada em ervas.
Isolado, o alucinógeno e seu uso recreativo é proibido por lei. Contudo, em forma de ayahuasca, a substância é liberada para uso, desde que seja estritamente ritualístico-religioso, conforme a previsão do artigo 2° da Lei N° 11.343/2002 que institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas.
No cérebro, a substância se conecta a um receptor dentro da célula ou em sua superfície e causa o mesmo efeito que a substância referente ao receptor. Ou seja, a DMT serve como agonista dos receptores de serotonina, principalmente o receptor 5-ht2a.
A serotonina é um neurotransmissor que age diretamente no humor, bem-estar e felicidade do ser humano, inibindo sensações como ira, agressividade, calor corporal, mau humor, sono, vômito e apetite.
Desse modo, a DMT tem efeitos parecidos ao da serotonina. Entenda mais:
Quando é fumada, a DMT tem efeitos quase instantâneos, com uma dose que pode equivaler de 30 a 150 miligramas. O seu pico ocorre entre três a cinco minutos e seus efeitos duram, em média, de 30 a 45 minutos ao todo.
Quando é consumida como bebida, seus efeitos podem durar de quatro a seis horas, com efeitos que começam depois de 30 a 45 minutos e picos após duas ou três horas. Nesses casos, a dose é aproximadamente entre 35 a 75 miligramas.
Como a maioria das drogas psicoativas, seus efeitos variam entre usuários, podendo atuar de diferentes modos no organismo. Porém, entre seus efeitos mais comuns estão:
Assim como outros alucinógenos, a DMT pode oferecer efeitos imprevisíveis dependendo do usuário, podendo causar “bad trips” facilmente.
Em relação à outros psicodélicos como o LSD, cetamina e cogumelos mágicos, a dimetiltriptamina pode oferecer menos efeitos colaterais. Eles podem envolver:
Como alucinógeno, a DMT também pode oferecer riscos à saúde mental. O uso dessas drogas pode levar a flashbacks, que forçam o usuário a reviver as experiências da droga mesmo após o seu efeito, além de potencialmente ser o fator inicial no desenvolvimento de transtornos mentais pré-dispostos.
Em alguns casos, os efeitos mentais da droga podem durar dias.
Além dos efeitos colaterais, o uso de DMT também pode oferecer outros riscos. Em doses maiores, por exemplo, a droga pode causar convulsões, paradas respiratórias ou coma. Como já mencionado, ele também pode desencadear problemas psicológicos e doenças mentais, como a esquizofrenia.
Embora seja um psicoativo, não existem registros que demonstrem que o uso da dimetiltriptamina possa levar ao vício. Acredita-se que o seu uso contínuo não induz a tolerância à substância. Contudo, seus efeitos na mente podem levar a dependência psicológica.
Em casos muito graves, o uso da substância pode fazer com que o usuário se machuque seriamente.
A dimetiltriptamina pode interagir com outras substâncias e medicamentos. Portanto, se for usuário da droga, evite misturá-la com:
Não se sabe ao certo. Contudo, especialistas sugerem que a substância pode ser produzida no cérebro pela glândula pineal — que é liberada durante os sonhos. Outra teoria é de que a DMT é liberada durante o nascimento e a morte, o que pode ser responsável pelas experiências de quase morte que usuários podem sentir após o uso da droga.
Em 2021, uma pesquisa conduzida pela Small Pharma teve início com o propósito de analisar os efeitos da DMT em pacientes com depressão. De acordo com especialistas, é possível que a droga possa auxiliar no tratamento do transtorno, tendo efeitos mais duradouros que os antidepressivos convencionais.
Novos estudos deverão ser feitos para comprovar a eficácia do tratamento, porém, os especialistas responsáveis pela pesquisa acreditam que a substância possa ser uma alternativa para pacientes que não respondem bem ao uso de antidepressivos.
Apesar de ter o seu uso permitido em pesquisas psicológicas no exterior, o uso, comercialização e distribuição de dimetiltriptamina é proibida por lei. Seus efeitos, embora, muitas vezes rápidos, podem afetar permanentemente a mente humana, desencadeando problemas maiores e dependência psicológica.
Se estiver sob o efeito da substância, procure ajuda. Confira o site dos Narcóticos Anônimos para mais informações sobre reuniões ou acesse sua linha de ajuda.
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