Conheça as doenças do silicone e os riscos associados às cirurgias para implante de próteses mamárias
As doenças do silicone englobam uma série de sintomas que podem ocorrer em pacientes submetidos à cirurgia de implantação de prótese mamária. Existem duas complicações de saúde mais recorrentes associadas a esse tipo de cirurgia plástica:
Como causam os mesmos sintomas, elas são comumente confundidas, embora sejam doenças diferentes.
A Síndrome Autoimune Induzida por Adjuvantes (ASIA) pode ter como causa a prótese de silicone, mas não exclusivamente. Ela pode ser provocada também por outros adjuvantes, como vacinas, próteses ortopédicas e preenchedor facial. O organismo os entende como corpos estranhos e, consequentemente, aciona uma resposta de defesa. Essa reação desperta uma doença autoimune, que acarreta, entre outros sintomas:
A síndrome foi relatada pela primeira vez em 2011. De descoberta relativamente recente e com sintomas comuns a outras doenças, a ASIA tem difícil diagnóstico. Alguns especialistas defendem que faltam evidências para confirmar sua existência. Ao mesmo tempo, estudos apontam a necessidade de serem realizadas mais pesquisas que visem facilitar a prevenção. Assim como o diagnóstico e o tratamento da síndrome.
A Doença do Silicone se refere a uma doença exclusivamente provocada por substâncias tóxicas presentes no gel de silicone. Ela também é conhecida como Doença do Implante de Silicone ou BII, na sigla em inglês.
Ela não é uma doença autoimune e, assim como a ASIA, faltam evidências científicas e dados que comprovem a sua ocorrência. A síndrome ainda não é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, muitas mulheres relatam ter combatido os sintomas somente após a retirada da prótese.
A BII pode ocorrer com qualquer tipo de implante mamário, incluindo preenchido com gel de silicone, preenchido com solução salina, superfície lisa, superfície texturizada, redonda ou em forma de lágrima. A doença impacta cada pessoa de uma maneira única. Os sintomas podem incluir:
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países com mais cirurgias plásticas realizadas anualmente, atrás somente dos Estados Unidos. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas (SBCP), a cirurgia para o implante de silicone é a mais procurada pelas brasileiras, representando 18,8% de todas as operações plásticas realizadas no Brasil. O número equivale a cerca de 319 mil próteses de silicone por ano.
Em maio de 2019, a Food and Drug Administration (FDA), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, divulgou um comunicado observando que os funcionários da agência estão “tomando medidas para caracterizar melhor as doenças do silicone e seus fatores de risco, e estão considerando maneiras de ajudar a garantir que as mulheres tenham todas as informações de que precisam para tomar decisões informadas sobre seja para obter implantes mamários ou para remover os implantes mamários existentes em um esforço para reverter os sintomas sistêmicos”.
Em outubro de 2019, a agência publicou um guia de recomendações aos fabricantes de implantes para novos rótulos de implantes mamários. A agência aconselhou os fabricantes a incluir informações sobre o risco de sintomas sistêmicos em um aviso em caixa e em uma lista de verificação de decisão do paciente que seria incluída nos livretos de informações do paciente. A FDA aconselha aos profissionais que:
Ainda não existem testes de diagnóstico comumente usados ou critérios de diagnóstico especificamente para as doenças do silicone. Geralmente, os sintomas desaparecem após a retirada do implante.
Algumas mulheres que tiveram sintomas de BII ou ASIA optam por substituir seus implantes por novos de um tipo diferente, por exemplo, mudando de um implante preenchido com gel de silicone texturizado para um implante preenchido com solução salina lisa.
Alguns especialistas acreditam que pode ser particularmente útil após a cirurgia de remoção do implante ter uma dieta saudável, fazer exercícios regularmente e diminuir o estresse. Essas etapas podem promover a cura e diminuir a inflamação no corpo que pode estar associada às doenças do silicone.
Parece ser mais provável que as doenças do silicone ocorram em pessoas com histórico pessoal ou familiar de doenças autoimunes, alergias e condições como síndrome do intestino irritável, enxaquecas, fadiga crônica ou fibromialgia. No entanto, algumas mulheres que desenvolvem BII não têm nenhum desses fatores de risco.
A Organização Mundial da Saúde e a Food and Drug Administration identificaram outro possível motivo de preocupação relacionada aos implantes de prótese de silicone: o linfoma anaplásico de células grandes associado ao implante mamário (BIA-ALCL).
Esta é uma forma rara, mas tratável de linfoma que geralmente permanece dentro do tecido cicatricial ao redor do implante. O BIA-ALCL tende a se desenvolver após os implantes estarem no lugar por algum tempo (de 7 a 9 anos). O primeiro sinal pode ser um dos seios inchando de repente ou ficando duro e dolorido.
Com base em 573 casos conhecidos e 33 mortes em todo o mundo, o risco atual de BIA-ALCL ao longo da vida é de cerca de 1 em 2.000 a 1 em 86.000, dependendo do tipo de implante e do fabricante. Segundo especialistas, as causas de BIA-ALCL ainda não são bem compreendidas. No entanto, parece que os implantes texturizados estão associados a mais casos de BIA-ALCL do que os implantes lisos.
Quando o diagnóstico precoce é possível, sugere-se a remoção do implante e da cicatriz ao redor. De acordo com o FDA, quanto mais tempo os implantes permanecem no corpo, maior o risco de complicações. Por essa e outras razões, cerca de 20% das pessoas com implantes mamários optam por removê-los dentro de 8 a 10 anos após a cirurgia, de acordo com o FDA.
Se você possui implante de silicone e sentir algum dos seguintes sintomas, procure orientação médica ou com um cirurgião plástico imediatamente:
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