Aprenda mais sobre o ato de dormir e qual a sua importância
Dormir é essencial para a vida humana e para a saúde em geral. Acredita-se que passamos cerca de ⅓ de nossas vidas dormindo. Porém, por que o fazemos? Além de sentirmos sono, o que mais indica que é hora de descansar? E afinal, qual é a ciência por trás do sono?
Antes dos anos 50, a maioria das pessoas acreditava que dormir era um ato onde o cérebro permanecia dormente e inativo. Porém, estudos conseguiram provar que o cérebro continua ativo e realizando atividades necessárias para a vida humana.
Cientistas indicam que existem dois ciclos do sono: o REM e o não REM. Esses ciclos são contínuos até o acordar. Especialistas apontam que em uma noite de sono passamos pelo ciclo de sono não REM e REM de quatro a cinco vezes. A maioria dos ciclos duram entre 90 e 120 minutos.
Sono não REM
REM é uma sigla que significa “rapid eye movement”, ou “movimento rápido dos olhos”. A primeira fase do sono, contudo, é a não REM. Ela é caracterizada por conter quatro estágios diferentes:
- Entre estar acordado e dormindo
- Sono leve, quando os batimentos cardíacos e a respiração são reguladas e a temperatura corporal diminui
- e 4. Sono profundo
O sono não REM consiste em cerca de 75% a 80% de cada ciclo.
Sono REM
Após passar por todos os estágios, entramos no sono REM. O sono REM ocorre quando os olhos se movem rapidamente por trás das pálpebras fechadas e a atividade do cérebro é similar às que ocorrem quando estamos acordados. A respiração aumenta e o corpo fica temporariamente paralizado enquanto sonhamos.
Por que dormimos?
A ciência por trás do sono pode ser explicada pela adenosina. A adenosina é um componente orgânico encontrado no cérebro. Ao longo do dia, os níveis de adenosina vão subindo enquanto ficamos mais cansados e com sono. À noite, quando dormimos, o corpo consegue decompor esse componente e o ciclo continua ao acordarmos.
Por que é importante?
O sono permite que o corpo e a mente descansem, fazendo com que nós estejamos alertas ao acordar. Além disso, dormir também ajuda com que o cérebro consiga exercer suas funções normalmente durante o dia. A falta de sono compromete as funções cognitivas e a capacidade do cérebro de se concentrar e processar memórias.
As memórias são armazenadas pelo cérebro durante o sono, ocorrendo majoritariamente durante o sono não REM. Enquanto dormimos, o cérebro transfere as informações aprendidas no dia da memória de curto prazo para as memórias de longo prazo.
Uma pesquisa sugeriu que a má qualidade do sono está associada a sentimentos mais negativos sobre o envelhecimento e a problemas de saúde. Além disso, um estudo da Universidade da Califórnia, Berkeley, comprovou que a falta de sono pode impactar a saúde mental.
De acordo com as descobertas dos especialistas, dormir mau pode afetar as relações interpessoais, resultando em pessoas menos generosas. Matthew Walker, professor de psicologia da UC Berkeley e coautor do estudo, afirma:
“Nos últimos 20 anos, descobrimos uma ligação muito íntima entre nossa saúde do sono e nossa saúde mental. De fato, não fomos capazes de descobrir uma única condição psiquiátrica importante em que o sono seja normal”, disse Walker. “Mas este novo trabalho demonstra que a falta de sono não apenas prejudica a saúde de um indivíduo, mas degrada as interações sociais entre os indivíduos e, além disso, degrada o próprio tecido da própria sociedade humana. Como operamos como uma espécie social – e nós são uma espécie social – parece profundamente dependente de quanto sono estamos tendo.”
Por quanto tempo dormir?
A maioria dos adultos precisa de sete a nove horas de sono por dia.
Benefícios
A privação de sono pode afetar algumas áreas da saúde, como o metabolismo, a imunidade e as funções cognitivas. Isso acontece porque, ao dormir, o corpo continua exercendo algumas funções necessárias que ajudam o corpo a funcionar em toda a sua capacidade.
Dormir pode ajudar na perda de peso, na habilidade de concentração e produtividade e pode até ajudar o coração. Pesquisas indicam que dormir por menos de sete horas todos os dias aumenta o risco de morte por doenças cardíacas em até 13%.
Outra pesquisa também associou a falta de sono com a diabetes. Foi comprovado que dormir por menos de 5 horas por dia aumenta o risco do desenvolvimento de diabetes tipo 2 em 38%.
Pessoas com distúrbios do sono, como apnéia do sono e a insônia, também são mais propensas a ter problemas com a saúde mental. Episódios de depressão são mais comuns em pessoas que não dormem direito.
Estudos também comprovam a ação do sono na imunidade. Uma noite de menos de cinco horas de sono pode resultar em 4.5 mais chances de desenvolver resfriados do que uma noite de sete. A baixa da imunidade também pode causar inflamações e outras doenças.
Como dormir melhor?
A qualidade do sono também é importante. Porém, às vezes não conseguimos controlar a hora que vamos dormir, ou não nos sentimos cansados o suficiente para manter uma boa rotina de sono. Algumas dicas conseguir dormir melhor são:
- Tentar não ficar no celular ou em qualquer outra tela pelo menos uma hora antes de dormir
- Se exercitar — os exercícios ajudam a cansar, o que pode resultar em um sono melhor
- Não consumir nada com cafeína algumas horas antes de dormir
- Estabeleça uma rotina de sono e siga-a até nos finais de semana