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A felicidade oriunda do dinheiro é limitada, segundo pesquisas

Existem economistas que enxergam a felicidade como o melhor indicador de uma sociedade. Dinheiro traz felicidade, sim, mas até certo ponto. Depois que suas necessidades básicas são atendidas, não há muito que o dinheiro (mesmo que muito) possa fazer. Isso porque o importante não é o quanto se tem para gastar, mas com o quê. Parece lógico investir em algo de boa qualidade que vá durar um bom tempo, mas é errado pensar que o tempo que esse bem passará conosco nos deixará constantemente felizes. O que nos leva a perguntar: Por que investir em experiências e não em bens materiais?

Todos já passamos por isso, seja com um item da loja de R$ 1,99 ou a última geração de um eletrônico. O êxtase do adquirir, parece um sonho… Mas é claro que após uma semana ou duas você já está acostumado com aquilo – essa é a questão; a rotina, essa danada, acaba com qualquer paixão. Sem contar que os problemas da sua vida e da sociedade como um todo não vão acabar porque você comprou um aparelho que te deixou momentaneamente feliz.

É por isso que entre um bem duradouro e uma experiência curta, como uma viagem ou um show, fazemos o raciocínio equivocado e escolhemos o primeiro. Muitos não contam com o paradoxo Easterlin nessa hora. Ele aponta que salários altos têm correlação com o sentimento de felicidade, mas o aumento e a durabilidade desse salário não estão ligados a aumento de felicidade.

Muitos países usam como medida nacional de valor o Produto Interno Bruto (PIB) ou Gross Domestic Product (GDP), que calcula o volume de bens e serviços produzidos na economia durante um certo período. É interessante para a economia competitiva atual que esses índices cresçam, porém, uma vez que as necessidades básicas da população são atendidas existe espaço para entrar um novo índice, o FIB (Felicidade Interna Bruta) ou Gross National Happiness (GNH). Esse índice, criado pelo rei do Butão na década de 70, mede a riqueza de um país por valores como bem-estar psicológico e conservação ambiental.

Dr. Thomas Gilovich é psicólogo e professor na Universidade de Cornell, e vem estudando a questão de dinheiro e felicidade por mais de duas décadas, em particular o paradoxo Easterlin. Ele afirma que experiências passam a fazer parte da nossa identidade: por mais que você ame sua moto de colecionador ou tenha vício na prancha alisadora de cabelo, os objetos continuam separados de você, como uma extensão dos seus gostos e de sua personalidade, que, em última instância, é uma somatória de todas as suas experiências – essas sim fazem parte de você.

Mesmo aquelas experiências negativas, a partir do momento em que se reflete sobre elas, passam a ter valor de crescimento pessoal ou podem mesmo virar boas histórias para contar para os amigos. Falando em amigos, experiências nos conectam às pessoas muito mais do que investir em bens materiais.

Mesmo que duas pessoas amem muito suas motos, a conexão entre elas só pode ir até um ponto raso por esse fato comum – já experiências sobre a paixão por motos são o combustível capaz de criar organizações sociais como clubes de motoqueiros.

Por outro lado, se o foco está no aspecto material das coisas, a probabilidade de comparação e competitividade negativa é muito maior: a grama parece sempre mais verde no jardim do vizinho, mesmo que a sua tenha um viço esmeralda.

Uma vez que os paradigmas mudem e estudos, como de Gilovich e de seu parceiro Amit Kumar, sejam levados em consideração, é possível que felicidade seja compreendida para além das cifras. Mas é sempre importante levar em conta que grande parte da população ainda não possui condições materiais básicas para investir nesse tipo de experiências e, portanto, sequer pode fazer esse tipo de escolha.


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