O ecodesign é uma ferramenta de gestão ambiental centrada na fase de concepção dos produtos e dos seus respectivos processos de produção, distribuição e utilização. O Ministério do Meio Ambiente define como ecodesign todo processo que contempla aspectos ambientais em que o objetivo principal é projetar ambientes, desenvolver produtos e executar serviços que de alguma maneira irão reduzir o uso dos recursos não renováveis ou ainda minimizar o impacto ambiental durante seu ciclo de vida. Em outras palavras, o conceito é aplicado para reduzir a geração de resíduo e economizar custos de disposição final.
O conceito de ecodesign originou-se no início dos anos 1990, com os esforços das indústrias eletrônicas dos Estados Unidos para criarem produtos que fossem menos agressivos ao meio ambiente. Segundo Paula Carolina Vilaça, o ecodesign tende a minimizar os impactos ambientais, reduzir custos de produção e possibilitar às empresas um diferencial competitivo dentro de um mercado que a cada dia dá maior ênfase ao desenvolvimento sustentável. Assim, a utilização de técnicas de desenvolvimento de produtos deve conter em sua base itens que possibilitem a geração de materiais com vistas ao ecodesign, garantindo o mínimo de impacto ambiental.
O ecodesign é uma parte fundamental da economia circular, uma estratégia que tenta prolongar indefinidamente o valor dos produtos, mantendo-os dentro de um circuito fechado e isento de resíduos. O design com materiais sustentáveis permite que os bens da economia circular terminem sua vida útil em condições de terem novas funções, diferente da economia linear, que se baseia no princípio de comprar, usar e descartar.
Dessa maneira, o ecodesign acompanha todo o processo de desenvolvimento desses produtos, desde a matéria-prima até como eles chegam nas mãos dos consumidores e são descartados. Portanto, o ecodesign visa amenizar os impactos decorrentes da exploração desenfreada do meio ambiente, aliando prioridades humanas e relações de negócios.
O ecodesign é uma prática que gera inúmeros benefícios. São eles:
O ecodesign tem como principal objetivo e benefício promover o racionamento e o uso inteligente de recursos, tanto ambientais quanto financeiros.
Uma empresa ou profissional que adota o ecodesign como diretriz se destaca dos demais. Isso porque, apesar de ainda não ser uma predominância, a sustentabilidade é uma preocupação crescente dentro dos parâmetros dos novos hábitos de consumo. Dessa maneira, além de agregar valor, ser um profissional sustentável ajuda na diferenciação.
Um dos avanços decorrentes de conquistas do movimento ambientalista e de outros setores da sociedade é a criação de leis e dispositivos de regulamentação ecológica. Assim, no caso de arquitetos ecologicamente engajados, que têm como objetivo empreender projetos para uma construção sustentável, por exemplo, suas ações não serão limitadas a uma lei, mas aos princípios que alicerçam o próprio ecodesign.
Refere-se diretamente à performance e eficácia que um produto ou serviço construído nos moldes do ecodesign deve apresentar. Afinal de contas, um dos pilares que estruturam soluções sustentáveis diz respeito diretamente às condições de produtividade e funcionalidade de um projeto. Isso é feito a partir da otimização de recursos investidos e de sua economia.
Estabelecer diretrizes e meios de produção ou qualquer projeto de ecodesign a partir de um conceito de gestão sustentável torna seu trabalho e serviço diferenciado dos demais. Trata-se de uma forma de produzir valor agregado ao seu negócio, já que a construção de uma consciência ambiental tem sido cultivada em todas as esferas do sociedade, principalmente no mercado.
Atualmente, é possível destacar inúmeras tendências do ecodesign nas mais diversas áreas. Confira:
Na arquitetura e no design de interiores, o ecodesign se destaca pela fabricação de objetos que, além de funcionais, são ecologicamente otimizados e integrados a sistemas de automação de ambientes.
Na engenharia e na construção civil, as tendências do ecodesign têm se manifestado nas mais diversas etapas, desde a escolha da matéria-prima até o pós-uso.
Na indústria da moda, o ecodesign se apresenta em movimentos como o Slow Fashion. Em contraposição ao fast fashion – sistema de produção de moda atual que prioriza a fabricação em massa, a globalização, o apelo visual, o novo, a dependência, a ocultação dos impactos ambientais do ciclo de vida do produto, o custo baseado em mão de obra e materiais baratos sem levar em conta aspectos sociais da produção -, o slow fashion surgiu como uma alternativa socioambiental mais sustentável no mundo da moda.
Esse movimento preza pela diversidade; prioriza o local em relação ao global; promove consciência socioambiental; contribui para a confiança entre produtores e consumidores; pratica preços reais que incorporam custos sociais e ecológicos; e mantém sua produção entre pequena e média escalas.
Embora pareçam a mesma coisa e possam ser usados como sinônimo, o ecodesign e o design sustentável são diferentes. Enquanto o ecodesign foca em reduzir o consumo de recursos não renováveis, o design sustentável tem como foco principal todas as formas de sustentabilidade que vão além do meio ambiente.
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