Ecolocalização: o que é e para que serve

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A ecolocalização, conhecida como localização por eco ou biossonar, é um sistema sensorial ativo que certos animais utilizam para orientar-se no ambiente por meio do som e para captura de alimento. Por meio dele, os animais podem ter uma percepção tridimensional do ambiente, mesmo sem o uso da visão, formando uma espécie de mapa. Os animais possuem vários mecanismos de ecolocalização, desde a vibração da garganta até o bater das asas. 

De modo geral, a ecolocalização é feita a partir da emissão de ondas ultrassônicas e da análise do tempo gasto para que elas cheguem ao seu alvo e voltem até a fonte emissora na forma de eco. Este, é interpretado pelo sistema auditivo, possibilitando um reconhecimento do ambiente. 

Vale ressaltar que, para a ecolocalização ocorrer de maneira eficiente, é preciso que o animal apresente um órgão capaz de emitir um sinal sonoro e outro com capacidade de interpretar o eco do sinal emitido. 

Morcegos

Os morcegos podem ser citados como exemplo de animais que realizam a ecolocalização. Isso porque eles têm visão pouco desenvolvida e hábitos noturnos. A maioria dos morcegos contrai os músculos da laringe para emitir sons acima do alcance da audição humana.

Os sons que os morcegos emitem variam muito entre as espécies. Além disso, eles são específicos para um determinado ambiente e tipo de presa: o morcego-negro, por exemplo, “sussura” na presença de mariposas para evitar ser detectado. Entretanto, algumas mariposas elaboraram suas próprias defesas contra morcegos ecolocalizadores. A borboleta-tigre flexiona o órgão do tímpano de cada lado do tórax para produzir estalos que bloqueiam o sonar dos morcegos e os mantém longe. 

Morcegos filostomídeos emitem sons de ecolocalização através de seus focinhos grandes e intrincadamente dobrados, o que auxilia a focalizar os sons que rebatem. Ainda, algumas espécies podem modificar rapidamente o formato da orelha para captar com precisão os sinais recebidos. Por fim, uma pesquisa mostrou que alguns morcegos frugívoros emitem estalos ao bater as asas. 

Golfinhos e baleias

Imagem de TJ Fitzsimmons no Unsplash

Golfinhos e baleias do grupo dos odontocetos emitem ecolocalização a partir de um órgão especializado conhecido como bursa dorsal, localizado na parte superior de suas cabeças. Um depósito de gordura nessa região, chamado melão, reduz a impedância ou a resistência às ondas sonoras, entre o corpo do golfinho e a água, tornando o som mais claro, relata Wu-Jung Lee, oceanógrafa do Laboratório de Física Aplicada da Universidade de Washington.

Outro compartimento de gordura, que se estende do maxilar inferior da baleia até a orelha, elucida o eco que retorna de uma presa, como lulas e peixes. 

A toninha-comum, presa preferida das orcas, emite sons de ecolocalização bastante rápidos e de alta frequência que seus predadores são incapazes de ouvir, permitindo-lhe permanecer invisível. 

Grande parte dos sons de ecolocalização de mamíferos marinhos são muito agudos para os ouvidos humanos, com exceção dos cachalotes, orcas e algumas espécies de golfinhos, diz Lee.

Seres humanos

A maioria dos seres humanos que realiza ecolocalização é deficiente visual e usa essa habilidade para cumprir suas atividades diárias. Alguns produzem sons, seja com a língua ou com um objeto, como uma bengala, e transitam por meio do eco resultante. Exames cerebrais em humanos para examinar a ecolocalização demonstram que a parte do cérebro que processa a visão é utilizada durante esse processo. 

Julia Azevedo

Sou graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e apaixonada por temas relacionados ao meio ambiente, sustentabilidade, energia, empreendedorismo e inovação.

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