A ecologia industrial é um campo de estudos novo e abrangente, que prega uma abordagem integrada da relação entre a indústria e o meio ambiente. Mais desenvolvida em países como Japão, Estados Unidos e na comunidade europeia, a ecologia industrial busca prevenir a poluição, promover a reciclagem e a reutilização de resíduos, o uso eficiente dos recursos e insumos produtivos, assim como estender a vida dos produtos industriais. A ideia é que os recursos utilizados pela indústria se mantenham dentro do ciclo de produção, evitando desperdícios.
O termo ecologia industrial começou a aparecer em pesquisas e artigos científicos nos anos 1970 e foi também nessa época que o Japão incluiu a relação com o meio ambiente na atuação prática de suas indústrias. A ecologia industrial, também associada ao termo ecossistema industrial, prega a integração e cooperação entre as indústrias, que poderiam se reunir em parques industriais e adotar processos integrados de produção, em que os resíduos gerados em um processo servissem como matéria-prima em outro ou pudessem ser utilizados como subprodutos em outra indústria ou processo.
Adotar a proposta da ecologia industrial faz com que uma indústria integre um sistema baseado na Economia Circular, justamente porque (no plano ideal) todos os recursos investidos são reaproveitados. Nesse sentido, a reciclagem externa deveria estar entre as últimas opções, já que desvia matérias-primas para fora do sistema produtivo. As práticas propostas integram políticas necessárias para o desenvolvimento sustentável e que já são adotadas por algumas indústrias.
Durante a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92), que aconteceu no Rio de Janeiro, em 1992, foi colocada a necessidade de se obter respostas práticas para o conceito de desenvolvimento sustentável. A ecologia industrial é um dos caminhos para responder a questão. As propostas tradicionais são focadas na prevenção e redução de resíduos, enquanto a ecologia industrial entende que pode até ser aceitável e benéfico o aumento da produção de um tipo particular de resíduo, desde que ele possa ser utilizado como matéria-prima em outro processo industrial.
No Brasil, a área da ecologia industrial ainda é embrionária e principalmente teórica, mas tem se expandido, em especial nas universidades – um primeiro passo para a implementação de usos práticos. No plano mundial, além de vários livros publicados, existem dois periódicos científicos que publicam artigos relacionados ao tema: o Journal of Industrial Ecology, lançado em 1997, e o Journal of Cleaner Production, de 1993.
O campo se expandiu bastante nos anos 1980 e 1990, conforme aumentaram os alertas de ecologistas sobre a degradação ambiental e as consequências do modelo de industrialização desenfreada vigente. Um dos estudos pioneiros no ocidente foi o trabalho coletivo Ecossistema Belga, desenvolvido por biólogos, químicos e economistas e que trata de ideias hoje defendidas pela ecologia industrial tais quais considerar resíduos como matéria-prima para outros processos, enfatizar a importância da circulação de materiais no sistema e acompanhar os fluxos de energia do sistema.
A ecologia industrial ainda está em uma etapa de construção, mas já demonstra um grande potencial frente aos problemas ambientais. Profissionais como engenheiros e administradores, assim como economistas e políticos, podem encontrar no conceito um vasto campo para ação e estudo de novas soluções, tão necessárias à área industrial. O caminho da ecologia industrial permite que as empresas gastem menos recursos, ao reutilizar o que já foi usado uma vez, e evitem futuros desperdícios, promovendo uma melhor integração do homem com a natureza.
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