Ecossistema marinho: características e importância

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Ecossistema marinho é um termo utilizado para caracterizar ecossistemas aquáticos de água salgada, como mares e oceanos. Um ecossistema é constituído por um conjunto de fatores abióticos e bióticos, presentes em um determinado local, que estão em interação por meio do fluxo de energia e da ciclagem de materiais. O ecossistema marinho é vasto em biodiversidade e tem importância ambiental. Com as mudanças climáticas e a poluição das águas, essa biodiversidade é ameaçada.

Características dos ecossistemas marinhos

Os mares e oceanos cobrem mais de 75% da superfície terrestre, com profundidades que variam de alguns metros nas regiões litorâneas, a mais 11 quilômetros nas zonas mais profundas. Um dos aspectos mais importantes dos ecossistemas marinhos é sua grande estabilidade e homogeneidade no que se refere à composição química e temperatura. A salinidade dos mares é cerca de 3,5 g/L de sais, com predominância de cloreto de sódio (NaCl).

Os ecossistemas marinhos podem se distinguir em dois grandes domínios marinhos: um relativo ao fundo, o domínio bentônico, e outro relativo às massas d’água, o domínio pelágico. A luz consegue penetrar no mar até a profundidade máxima de 200 metros, estabelecendo o que se denomina de zona fótica. Na metade superior dessa zona iluminada vive o fitoplâncton marinho, formado por algas e bactérias fotossintetizantes que produzem praticamente todo alimento necessário à manutenção da vida nos mares. Essa zona também é rica em plâncton não fotossintetizante e em grandes cardumes de peixes.

A região que se estende dos 200 metros aos 2 mil metros de profundidade é a região batial. Suas águas são frias e pobres em fauna. Os peixes, moluscos e alguns outros animais que vivem nessa zona são sustentados por matéria orgânica proveniente da superfície. Mais abaixo encontra-se a região abissal, que se estende dos 2 mil metros aos 6 mil metros de profundidade. Nela encontram-se poucas espécies, que chamam atenção por suas características exóticas, como peixes bioluminescentes e lulas gigantes. A região mais profunda dos oceanos, abaixo dos 6 mil metros, é conhecida como região hadal. Sua fauna ainda é pouco conhecida, é constituída principalmente por esponjas e moluscos.

Organismos dos ecossistemas marinhos

Os organismos que habitam os ecossistemas marinhos podem ser divididos em três grupos: plâncton, nécton e bento.

O termo plâncton é utilizado para definir um grupo de organismos que possuem pouca capacidade de locomoção e que são transportados horizontalmente nos ambientes aquáticos pelas correntes de água. Trata-se de um grupo muito diversificado de organismos, que incluem desde vírus até plantas e animais. O plâncton pode ser dividido em dois grupos: o fitoplâncton, que inclui organismos autótrofos (que produzem seu próprio alimento), e o zooplâncton, que engloba organismos heterótrofos (que precisam se alimentar de outros seres para obter energia).

Nécton” é um termo utilizado para definir um grupo de organismos que se deslocam ativamente na água, vencendo a força das correntezas. Trata-se de um conjunto extremamente diversificado de seres vivos, que inclui peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios, répteis, insetos aquáticos e aves. Os peixes herbívoros e as baleias são os consumidores secundários mais importantes da comunidade nectônica. Tubarões, peixes, lulas e outros animais carnívoros estão situados em níveis tróficos superiores das cadeias alimentares.

Bentônicos é o nome dado aos organismos que vivem em associação com o fundo de ambientes aquáticos, podendo ser sésseis (fixados ao fundo) ou errantes (deslocam-se sobre o fundo). Os bentos sésseis são representados por algas macroscópicas e animais como celenterados e vermes. Os bentos errantes, por sua vez, são constituídos por crustáceos, equinodermos e moluscos. Geralmente, os animais bentônicos alimentam-se de cadáveres e detritos orgânicos, embora existam representantes carnívoros que caçam ativamente suas presas.

ODS 14

É preciso cuidar dos nossos ecossistemas marinhos: eles cobrem três quartos da superfície da Terra, armazenam 97% da água do planeta e representam 99% da vida terrestre em termos de volume. 

De acordo com dados da Agenda 2030, cerca de 40% dos ecossistemas marinhos estão sendo afetados por atividades humanas, como poluição e pesca, o que resulta na perda de habitat, introdução de espécies invasoras, acidificação e branqueamento dos corais. Além disso, os micro e nanoplásticos presentes nos ecossistemas marinhos também são outro grande problema. Assim, é frente a esses desafios que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável indicam metas para gerenciar e proteger a vida aquática. Confira!

Julia Azevedo

Sou graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e apaixonada por temas relacionados ao meio ambiente, sustentabilidade, energia, empreendedorismo e inovação.

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