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Ecotoxicologia é o estudo da influência das substâncias tóxicas sobre o meio ambiente

A ecotoxicologia é a ciência que estuda os efeitos das substâncias químicas naturais ou artificiais sobre os organismos vivos. Ela é uma ferramenta auxiliar nas análises de impactos ambientais causados por tais elementos. Assim, estimando sua toxicidade em relação ao organismo teste utilizado.

Ela trata de movimentos de poluentes no ar, água, solos e sedimentos através da cadeia alimentar. Isso com as transformações químicas e a biotransformação.

A ciência contra o negacionismo

O que significa ecotoxicologia?

A ecotoxicologia pode ser entendida como a junção de ecologia e toxicidade. Ecologia é o estudo da interação dos seres vivos entre si e com o meio ambiente em que vivem.

A toxicologia procura entender os tipos de reações causadas por substâncias químicas, bioquímicas e os processos biológicos responsáveis por tais efeitos. Ela leva em conta a sensibilidade de diferentes tipos de organismos e as relativas toxicidades de diferentes substâncias.

Assim, o objetivo da ecotoxicologia é entender e prever efeitos de substâncias químicas em seres vivos e comunidades naturais.

Como surgiu a ecotoxicologia?

O termo ecotoxicologia foi cunhado por René Truhaut em 1969:

“O ramo da toxicologia preocupado com o estudo de efeitos tóxicos causados por poluentes naturais ou sintéticos, sobre quaisquer constituintes dos ecossistemas: animais (incluindo seres humanos), vegetais ou micro-organismos, em um contexto integral”.

A publicação do livro “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson em 1962 marcou a separação da ecotoxicologia da toxicologia clássica. O elemento introduzido pela autora foi a extrapolação dos efeitos sobre um único organismo para todo um ecossistema.

Outras ciências envolvidas na ecotoxicologia

A ecotoxicologia é uma disciplina ampla, já que incorpora aspectos de outras ciências como:

  • Ecologia;
  • Toxicologia
  • Fisiologia;
  • Biologia molecular;
  • Química analítica.

Importância da ecotoxicologia

Como ressaltado anteriormente, essa área do conhecimento possui a finalidade de predizer os efeitos dos poluentes. Assim, se um incidente ocorrer, é possível definir ações efetivas para remediar as consequências causadas por essas substâncias tóxicas. Os ecotoxicologistas, por exemplo, são responsáveis pela proteção do meio ambiente e de ecossistemas existentes. Incluindo a fauna e a flora mundial.

Em ecossistemas que já estão impactados pela poluição, estudos ecotoxicológicos podem informar qual é o melhor modo de ação para que o ecossistema seja capaz de recuperar seus serviços e funções.

Lixo no chão
Imagem de OCG Saving The Ocean no Unsplash

O que é um teste ecotoxicológico

O teste ecotoxicológico é utilizado para medir os efeitos de diferentes concentrações de uma amostra em indivíduos de uma determinada espécie. Ele também é chamado de bioensaio.

A concentração de efeito ou a concentração letal corresponde à concentração da amostra responsável pelo efeito em 50% dos organismos testados. Sendo assim representadas pelas siglas CE50 e CL50, respectivamente.

Esses testes podem ser agudos ou crônicos, consoante à sua duração e ao efeito observado.

Nos testes agudos, o efeito avaliado relaciona-se com as taxas de mortalidade, de imobilização ou de inibição do crescimento. Quanto mais baixo for este valor, mais elevada é a toxicidade da amostra. Muitas vezes, isso conduz a interpretações errôneas dos resultados obtidos.

Dessa maneira, começou a utilizar-se a Unidade de Toxicidade (UT), que corresponde a (1/CE50*100) para expressão dos resultados. Os testes ecotoxicológicos podem ser feitos utilizando organismos aquáticos ou terrestres e variam de acordo com o tipo de estudo realizado.

Estes estudos podem ser elaborados ao nível do indivíduo, da população, da comunidade e até do ecossistema. Assim, podendo prolongar-se durante vários anos.

Exemplos de organismos utilizados nos testes ecotoxicológicos

Diversos organismos podem ser utilizados nos testes ecotoxicológicos, como:

Vibrio fischeri

Vibrio fischeri é uma bactéria marinha não patogênica e que emite luz naturalmente. De acordo com estudos, o metabolismo desse organismo pode ser afetado por baixas concentrações de substâncias tóxicas. Isso interfere diretamente na intensidade da radiação emitida.

Quanto mais elevada for a toxicidade, maior é o grau de inibição da produção de luz.

Daphnia magna

Daphnia magna é um microcrustáceo de água doce, pertencente à Ordem Cladocera. A ordem é vulgarmente denominada de “pulga de água” devido ao seu estilo de natação que se assemelha a pequenos “saltos”.

Em condições favoráveis, esse organismo se reproduz assexuadamente por partenogênese. No entanto, em situações ambientais adversas, ele passa a se reproduzir sexuadamente e dá origem a ovos resistentes – egípcia.

Ecotoxicologia no Brasil

A principal ferramenta legal brasileira que regulamenta o controle do lançamento de efluentes e a qualidade da água nos corpos hídricos é a Resolução CONAMA n°357/05. Essa que foi complementada e alterada pela CONAMA n°430/11, que dispõem sobre as condições e padrões de lançamentos de efluentes.

Em decorrência do aumento da poluição de corpos de água, essa resolução define os bioensaios como testes realizados para determinar o efeito deletério de agentes físicos ou químicos para diversos organismos aquáticos. Com intuito, também, de avaliar o potencial de risco à saúde humana.

Existe ainda, uma série de organizações que recomendam a utilização de diversos procedimentos em diferentes espécies animais para a comprovação mais segura dos ensaios ecotoxicológicos. Dentre eles a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

A ABNT elabora as normas para os bioensaios. Desse modo, padronizando o tipo de procedimento que deve ser realizado e buscando adaptar esses testes às necessidades do país.


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