Elastano, também chamado comercialmente de Spandex ou Lycra, é uma fibra têxtil feita a partir de petróleo. Ela é amplamente utilizada por sua característica de esticar, e pode ser encontrada em moletons, leggins e roupas de academia e yoga.
O elastano foi desenvolvido por Joseph Shivers em 1958. O material é feito de uma mistura de polímeros de poliuretano e nylon.
Em sua fabricação, blocos de compostos orgânicos chamados isocianatos são utilizados para criar o poliuretano. O poliuretano, por sua vez, pode ser usado na produção de diversos materiais; a versão de fibra elástica de poliuretano é chamada de elastano.
A fibra é feita a partir de uma solução de poliuretano, por meio de um método de fusão giratória ou a seco. No método seco, o ar quente é soprado através dos filamentos para que o solvente utilizado evapore. Isso resulta em uma melhor elasticidade. O fio de elastano é criado por meio do giro dessas fibras. Vários métodos de fiação estão disponíveis e são usados dependendo do uso final do produto.
A fabricação de elastano causa impactos ambientais pela sua forma de produção e quantidade gerada a cada ano. Somente a marca Spandex vendeu em elastano o equivalente a US $ 6,9 bilhões em 2020. E estima-se que esse número aumente para US $ 12,6 bilhões até o ano de 2027.
O elastano é feito de combustíveis fósseis, que são recursos não renováveis que levam milhões de anos para se formar.
A fabricação de elastano também é um processo que causa problemas de saúde devastadores. O poliuretano, precursor do elastano, é conhecido por ser cancerígeno.
Devido à natureza do tecido, geralmente são usados corantes sintéticos, um dos maiores poluentes da fabricação de têxteis. Eles afetam vegetais e animais, além de contaminar os recursos hídricos utilizados para abastecimento humano.
A produção de elastano ainda consome altos níveis de energia e emite gases do efeito estufa.
As fibras de elastano se desprendem dos tecidos na forma de microplásticos e vão parar no ar, solo, atmosfera, animais e organismo humano. Isto se agrava com o fato de não ser um material biodegradável.
De modo geral, do ponto de vista da saúde e sustentabilidade, recomenda-se dar preferência às fibras naturais, como o algodão orgânico. Têxteis sintéticos como o elastano e o poliéster deveriam ser as últimas opções a serem consideradas.
Mesmo fibras semi-sintéticas, como rayon e bambu, podem ter efeitos semelhantes aos dos sintéticos. A maior diferença é que as fibras dos materiais derivados da celulose costumam ser biodegradáveis. Isso é dificultado, no entanto, pelo processamento e tingimento do tecido. Mas, como os têxteis de origem natural são recursos renováveis, eles ainda são melhores para o meio ambiente.
Diante da inviabilidade ambiental de sua produção, alguns fabricantes e cientistas estão buscando soluções para o elastano.
Em 2016, pesquisadores conseguiram desenvolver isocianatos, a base fundamental dos poliuretanos, a partir de óleo vegetal e de gases do efeito estufa retirados da atmosfera. Porém, a maioria das fibras produzidas não eram tão fortes quanto aquelas do método original.
Um outro grupo de pesquisadores desenvolveu um método capaz de tingir os tecidos de elastano com corantes naturais e resistentes à base de cúrcuma. Além disso, uma alternativa que pode ser promissora para o mundo do elastano é o certificado de reciclagem realizado pelo Global Recycled Standard.
A dúvida é saber se estas opções realmente serão benéficas para a saúde e o meio ambiente ou se serão apenas uma forma de mascarar os impactos nocivos das fibras de elastano.
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