Nas regiões montanhosas do norte da Tailândia, habitam indivíduos de uma espécie que costuma atrair muitos viajantes curiosos: os elefantes.
Quem mora no lado mais ocidental do planeta, como é o caso dos brasileiros, não tem proximidade com animais de grande porte como eles. E se ver o diferente sempre causa alguma admiração, imagine então assistir a um elefante desenhando?
Sabendo da admiração e da curiosidade causadas em turistas ao verem um animal diferente praticando uma atividade humana – como desenhar, por exemplo – algumas pessoas encontram na exploração animal uma oportunidade de gerar renda.
Na Tailândia, a utilização de elefantes para atrair turistas é extremamente comum.
Com a modernização dos produtos bélicos e dos meios de transporte, os elefantes, que anteriormente eram explorados para estes fins, passaram a ser utilizados no turismo.
Sem ter o que fazer com os elefantes em casa, os mahouts (treinadores de elefantes) começaram a vagar com eles pelas ruas de Banguecoque (capital da Tailândia) pedindo comida e alugando-os para empresários que os levavam para centros turísticos.
Ainda existem 3,7 mil elefantes selvagens em parques nacionais e santuários de vida selvagem, mas as condições de vida não são tão melhores do que as dos “domésticos”: os números de sobreviventes estão cada vez menores devido à perda de habitat para a agricultura e ao envenenamento feito por agricultores que se vingam dos mahouts – isso porque esses últimos invadem as culturas dos primeiros em busca de troncos para os shows com elefantes.
Nos centros turísticos, as principais atrações envolvem passeios com elefantes e shows de humanização do animais: sentar em banquinhos, seguir comandos, ficar em posições forçadas e, inclusive, desenhar. O problema é que esse entretenimento esconde uma realidade cruel.
Para apresentarem o comportamento “dócil” e humanizado, os elefantes passam por um extenso processo de violência.
Um elefante, para se desenvolver, precisa ser cuidado pela mãe minimamente durante dez anos, mas para facilitar o processo de domesticação, logo aos dois anos de idade os filhotes já são separados de suas mães num processo extremamente agressivo.
Os treinadores domesticam os elefantes prendendo suas patas em correntes e, utilizando bambus cheios de pregos, batem contra as pernas e o tronco do animal, deixando-os cobertos de sangue.
O tempo de treinamento depende da resposta do animal aos maus-tratos. Então o elefante é enclausurado e espancado exaustivamente até que se “acalme” e perceba que não possui poder o suficiente para enfrentar seus mahouts.
Separados precocemente de suas mães e sem acesso ao leite, os elefantes desenvolvem doenças ósseas, que são as principais causas de morte prematura.
Estes animais, ainda filhotes, são obrigados a andar exaustivamente pelas cidades que cercam a capital da Tailândia para captação de dinheiro. E são alimentados com cerveja e anfetaminas para o entretenimento dos turistas.
Os que passeiam por cidades acabam feridos por atropelamentos e acidentes de trânsito.
Os elefantes pintores só estão prontos para o aprendizado da pintura depois de passarem pelo processo de espancamento. Eles são obrigados a segurarem o pincel pela tromba, uma região extremamente sensível por ter muitas terminações nervosas.
Para treinar o elefante para mover o pincel de modo a criar padrões de riscos e traçados que se pareçam com flores, árvores ou até mesmo o desenho de um elefante, os mahouts usam pregos, ganchos e troncos. Se um elefante pinta errado, ele é espancado com o gancho de touro, tem a orelha perfurada por pregos e/ou é fisicamente agredido com pancadas de tronco na cabeça.
Durante as apresentações, os mahouts coordenam os movimentos do animal com pregos escondidos atrás da orelha.
Mais detalhes em vídeo sobre a exploração turística dos elefantes na Tailândia você pode conferir no vídeo da organização PETA.
Primeira coisa: evite a qualquer custo praticar o turismo com elefantes.
Os elefantes são seres selvagens e não existem para satisfazerem necessidades humanas. As pessoas podem até achar “fofo”, mas o contato com humanos, até mesmo “afagos”, estressam o animal devido a todo histórico de vida de maus-tratos dos elefantes. Imagine só: eles passam vários dias seguidos durante várias horas carregando pessoas, recebendo “carinhos” de estranhos e agressões físicas dos mahouts.
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