A eletroconvulsoterapia (ECT) é um procedimento em que correntes elétricas são mandadas para o cérebro com o objetivo de induzir uma pequena convulsão. Feita sob anestesia, a técnica de ECT pode causar pequenas mudanças na química do cérebro, potencialmente revertendo sintomas psicóticos.
Usada majoritariamente no tratamento de condições relacionadas à saúde mental, a eletroconvulsoterapia é utilizada no tratamento de problemas como a depressão severa, mania e bipolaridade. No entanto, só é sugerida quando pacientes não responderam a outras formas de tratamento.
Anteriormente conhecida como eletrochoque ou terapia de eletrochoque, a eletroconvulsoterapia teve seu nome mudado em consequência de sua história controversa. No entanto, grande parte da negatividade associada ao seu nome deriva da prática indevida, principalmente sem o consentimento dos pacientes, em que altas doses de eletricidade eram administradas sem anestesia, resultando em efeitos colaterais como a perda de memória e fratura de ossos.
Porém, com a evolução da medicina, a ECT pode ser utilizada corretamente, mostrando-se benéfica para seus pacientes. Sua reputação mudou ao longo do tempo, com defensores do procedimento conscientizando o resto da população sobre seus efeitos — como a atriz de Star Wars, Carrie Fisher.
Como já mencionado, o eletrochoque e a eletroconvulsoterapia são os mesmos procedimentos, mas com nomes diferentes. O nome da técnica foi mudado após o estigma associado com ele, resultante de erros médicos no passado e da retratação do procedimento na mídia.
A eletroconvulsoterapia é indicada para pessoas com as seguintes condições:
A ECT não é recomendada para pessoas com problemas no coração, pulmões ou no sistema nervoso central, uma vez que o procedimento pode elevar a pressão arterial e a pressão intracraniana e o consumo de oxigênio, afetando a frequência cardíaca e respiratória.
O tratamento com a eletroconvulsoterapia é feito por um grupo de profissionais de saúde qualificados, geralmente incluindo um psiquiatra, um anestesiologista e um enfermeiro. Em primeira instância, a anestesia geral é aplicada em conjunto com um relaxante muscular.
Quando a anestesia começa a fazer efeito e o paciente dorme, um protetor é colocado em sua boca, para evitar que ele morda a própria língua. A partir disso, começa a sequência de estímulos elétricos — um breve pulso elétrico, que varia de 0,5 a 2,0 milissegundos.
Os estímulos alcançam o cérebro a partir de eletrodos localizados na cabeça do paciente. Isso induz uma convulsão controlada, que o time que administra a ECT acompanha com a ajuda de monitores através de um procedimento de eletroencefalografia (EEG).
Observações do procedimento já comprovaram que a eletroconvulsoterapia pode ter diversos efeitos benéficos no cérebro, como:
Além das alterações retratadas acima, a eletroconvulsoterapia pode ser benéfica em diversos quadros de saúde mental. De acordo com uma análise de seis estudos clínicos globais publicada no Jama Psychiatry, o procedimento pode ser mais eficaz no tratamento de depressão severa do que a cetamina.
“A ECT é consistentemente mais bem-sucedida do que a cetamina. Não encontramos diferenças por idade, sexo ou localização geográfica. Portanto, podemos dizer que qualquer um que seja elegível para ECT se beneficiará.”, disse T. Greg Rhee, epidemiologista psiquiátrico da Escola de Medicina da Universidade de Connecticut e co-autor da análise.
Em muitos casos, a ECT é um procedimento de baixo risco que proporciona efeitos antidepressivos que podem durar anos. Ele também pode ser benéfico em pacientes com ideações suicidas, diminuindo alguns sintomas. Uma pesquisa sobre seu efeito no suicídio comprovou que 38% das pessoas pararam completamente de ter pensamentos suicidas após uma semana de ECT. Depois do tratamento completo, 81% dos participantes relataram não pensar mais em suicídio.
Os efeitos colaterais da ECT envolvem:
Em geral, uma sessão de eletroconvulsoterapia dura até uma hora — que inclui 15 a 20 minutos do procedimento e 20 a 30 minutos de recuperação. A frequência das sessões pode variar entre duas a três vezes por semana.
A quantidade de sessões de ECT dependem do quadro do paciente e sua resposta sobre o procedimento. No entanto, acredita-se que ela pode variar de 6 a 12 sessões.
Embora possa ser benéfica para pacientes que se encaixam nos quadros recomendados à ECT, o procedimento possui vários riscos associados à extensão dos efeitos colaterais. Em casos raros, por exemplo, a perda de memória resultante da eletroconvulsoterapia pode causar lacunas permanentes na memória, sendo do dia da sessão ou de anos anteriores.
A eletroconvulsoterapia é um tratamento efetivo, mas que só é recomendado em último caso para pessoas com condições graves que não respondem ao tratamento medicamentoso. Para saber se seu quadro encaixa na recomendação do procedimento, procure auxílio médico.
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