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Dados divulgados em novembro de 2015 mostram situação preocupante

Imagem: Geograph.org.uk

A concentração de gases do efeito estufa na atmosfera chegou a um novo recorde em 2014, segundo o relatório anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado em 9 de novembro.

O comunicado do diretor da OMM, Michel Jarraud, que apresentou o relatório, afirma que o mundo está entrando num território desconhecido em “velocidade aterradora”.

A publicação afirma que, entre 1990 e 2014, houve um aumento de 36% no forçamento radiativo (efeito de aquecimento sobre nosso clima) por causa dos gases de efeito estufa duráveis, como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), e óxido de nitrogênio (N2O), oriundos de atividades industriais, agroindustriais e domésticas.

O relatório do MMO também destaca os efeitos de interação e de amplificação entre os crescentes níveis de CO2 e de vapor d’água, que também é um importante gás estufa, apesar de ter curta duração. O ar mais quente retém mais umidade, portanto as temperaturas elevadas das superfícies causadas pelo CO2 levam a um aumento nos níveis globais de vapor d’água, sendo um complicador a mais no desequilíbrio do efeito estufa.

“A cada ano afirmamos que não resta mais tempo. Temos que atuar agora para cortar as emissões de gases do efeito estufa se queremos ter a possibilidade de manter o aumento da temperatura em níveis administráveis”, disse Jarraud.

Os cientistas advertiram que se a tendência atual prosseguir, o aumento da temperatura global pode alcançar 4 °C até o ano 2100, o que teria efeitos devastadores para as zonas costeiras, os ecossistemas e as economias de todo o mundo.

O relatório, que não mede as emissões de gases do efeito estufa e sim a concentração na atmosfera, mostra que o CO2 aumentou a 397,7 partes por milhão na atmosfera no ano passado. A OMM adverte que a concentração pode superar a barreira de 400 ppm em 2016.

Jarraud lembrou que o CO2, principal causador do aquecimento global, pode permanecer na atmosfera durante séculos e nos oceanos por ainda mais tempo. “As emissões passadas, presentes e futuras terão um impacto acumulativo tanto no aquecimento global como na acidificação dos oceanos”, disse Jarraud, antes de destacar que “as leis da Física não são negociáveis”.

O metano também registrou um novo recorde de concentração na atmosfera, a 1.833 ppm em 2014, segundo a OMM. Quase 60% das emissões de metano são provocadas pela atividade humana, em particular a criação de gado e a exploração de combustíveis fósseis, e a concentração na atmosfera deste gás aumentou 254% em comparação ao nível pré-industrial.

O óxido de nitrogênio, cujo impacto no clima é 300 vezes maior que o do CO2 e que contribui para a destruição da camada de ozônio, registrou uma concentração na atmosfera de 327,1 partes por bilhão no ano passado, 121% a mais que no período pré-industrial. 

As emissões deste gás são provocadas em 40% pelo ser humano, principalmente por causa dos fertilizantes e da atividade industrial.

Para acessar o relatório na íntegra (em inglês), clique aqui.

Fonte: OMM

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