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A fim de suprir a falta de informações sobre a limpeza urbana das cidades brasileiras e mapear os desafios para o cumprimento das recomendações da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selur) e a PwC anunciam a divulgação do Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (Islu). O estudo gerou resultados em 1.721 municípios brasileiros com base nos critérios da PNRS, aprovada em 2010, e criou um termômetro onde aponta os problemas e soluções de cada local, caso a caso, com pontuação de zero a um. Os dados utilizados foram coletados na base de 2014 do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento).
Para chegar aos resultados do Islu, quatro aspectos foram levados em consideração: engajamento do município (população atendida x população total); sustentabilidade financeira (despesas com a limpeza urbana x despesas totais); recuperação dos recursos coletados (material reciclável recuperado x total coletado); e, por fim, impacto ambiental (quantidade destinada incorretamente x população atendida). Esses critérios foram escolhidos por meio de interações estatísticas, com a mesma metodologia de cálculo utilizada pela ONU para o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
“O objetivo do Islu não é ser um ranking de cidades limpas x cidades sujas. Os resultados dessa análise servirão de insumo para os gestores públicos e privados de limpeza urbana, assim como associações e a sociedade em geral, a tomarem as medidas necessárias a fim de atender as exigências da PNRS e fomentar um ambiente sustentável e saudável em seus municípios”, afirma Ariovaldo Caodaglio, presidente do Selur.
“Para que um município tenha uma boa pontuação, ele deve apresentar bons resultados no conjunto total de indicadores utilizados. Com isso, o Islu avalia uma série de informações consolidadas, sem trazer análises tendenciosas para o atendimento de apenas um aspecto da gestão da limpeza urbana”, explica Carlos Rossin, diretor de soluções em sustentabilidade da PwC e coordenador do estudo.
Entre as dez cidades mais bem avaliadas do Islu, todas são da região sul do Brasil e possuem uma característica comum: menos de 30 mil habitantes. A mais bem pontuada é Nova Esperança, no Paraná, com pouco mais de 27.700 moradores. Como um todo, o Paraná é um estado que se destaca no estudo, por seu pioneirismo em educação ambiental desde os anos 80 e conscientização popular, que impactam diretamente as conclusões da pesquisa.
No âmbito dos locais com mais de 250 mil habitantes, os paulistas se sobressaem, ocupando um terço das 20 primeiras posições do ranking, com boas pontuações em São José dos Campos, Santos, Campinas e Sorocaba. Com arrecadação econômica abaixo do necessário, a capital paulistana ficou com classificação C, considerada ruim. Porém, se atingisse sustentabilidade financeira para os seus gastos com limpeza da cidade, São Paulo teria a pontuação mais alta entre todas as capitais do país, passando para a classe B.
Mostrando que ser uma “cidade limpa” é um processo complexo e com muitas etapas, Brasília também está na faixa C da análise. Apesar de ter uma aparência limpa em suas ruas e avenidas, o Distrito Federal possui um enorme lixão, criando um imenso passivo para a saúde ambiental e pública de seus moradores. Com o descarte correto, Brasília estaria entre as dez melhores cidades com mais de 250 mil moradores.
Entre os 20 municípios com as piores avaliações, metade se encontra na região Norte. Em Rio Branco, no Acre, o Islu aponta que elevar a coleta de resíduos em 15% é fundamental para que a capital passe para a classe B do estudo.
“As conclusões do Islu pretendem propor soluções para as cidades avaliadas e nos mostram que ainda há um longo caminho a ser percorrido quando falamos sobre sustentabilidade da limpeza urbana. Temos bons exemplos espalhados pelo Brasil, mas nenhum dos avaliados tirou a nota máxima, apontando que existe muito espaço para evoluir no setor”, conclui Caodaglio.
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