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Há uma preocupação crescente com o descarte correto de medicamentos vencidos, mas poucos pensam no correto descarte de embalagens de medicamentos. O que acontece com essas embalagens após o consumidor entregá-las junto com os medicamentos em um ponto de coleta de medicamentos? Para responder a esta pergunta, é preciso entender o conceito de embalagem e os tipos existentes.
Embalagem de medicamento é todo o material ou recipiente que envolve um produto fármaco temporariamente com objetivo de conservar suas características durante o transporte, armazenamento e consumo. As embalagens de medicamentos devem seguir uma série de determinações propostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e devem cumprir as funções de proteção, identificação, comunicação, utilidade e acondicionamento.
Segundo a Anvisa, em sua Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 71 de 2009, os rótulos das embalagens devem conter informações específicas, com intuito de facilitar a compra e o descarte consciente de medicamentos. Os dados necessários são:
Ao todo existem três tipos diferentes de embalagens de medicamentos, elas são:
Têm contato direto com o produto e são a maior barreira de proteção, como exemplo blisters (figura acima) e frascos de vidro.
Protegem a embalagem primária, como cartuchos (caixa de medicamentos que envolvem a embalagem primária).
Contêm a embalagem primária e secundária para que haja melhor transporte – caixas de papelão são o exemplo mais comum.
Os materiais das embalagens são selecionados baseados no objetivo de proporcionar a maior vida útil possível ao medicamento. O plástico representa cerca de 30% das embalagens de produtos farmacêuticos, substituindo em grande medida o vidro por ser mais leve e resistente, possuir maior versatilidade para fins de design e maior popularidade entre os consumidores, sendo portanto o material mais usado para proteção do produto interno.
Caso seu medicamento saia da embalagem original dele, você pode embalar o comprimido em sacolas de plástico com vedação. Assim você evita a perda de eficácia do produto.
Para atender as funções de preservação, muitas embalagens são laminadas, pois há mais proteção contra o meio externo. As do tipo blister, também conhecidas como cartelas de remédio, geralmente são feitas de PVC, PVDC e alumínio – mais adiante explicaremos a importância dessa informação.
O blister é a embalagem que envolve o medicamento, propiciando a preservação da funcionalidade do produto evirando que os usuários se contaminem pelo contato com o remédio. Por isso, seu descarte deve ser realizado em conjunto com o medicamento, junto a pontos de descarte de medicamentos.
Você já tentou tirar a parte laminada do blister? Repare que o alumínio é muito difícil de ser removido totalmente, pois ele é prensado para impedir a entrada de ar. Então reciclar o blister é complexo e necessita de empresas especializadas, o processo de reciclagem é químico para conseguir a separação entre alumínio e o plástico. Por tais motivos, muitas vezes esses tipos de embalagens são destinadas para aterros e não são recicladas.
Novas tecnologias estão em desenvolvimento para substituição dos materiais constituintes das embalagens, visando uma reciclagem mais fácil ou a eliminação de substâncias como o cloro, de sua composição. Desta maneira os riscos associados ao escape de gases nocivos ao longo do processo de incineração poderão ser mitigados. Existem também projetos para transformar plásticos não recicláveis em energia. Tais tecnologias podem demorar um pouco para serem introduzidas em larga escala e de forma viável, portanto, o que podemos fazer agora é consumir conscientemente.
Alguns medicamentos se enquadram no Grupo B dos Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) – resíduos químicos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente. Segundo o manual de gerenciamento de RSS da Anvisa, as embalagens primárias, que estão em contato direto com os medicamentos perigosos, podem sofrer contaminação e devem receber o mesmo tratamento das substâncias químicas que as contaminaram.
O tratamento para as substâncias químicas (no caso, os medicamentos fora de validade) — que descartamos em pontos de coleta de medicamentos vencidos — pode ser a incineração, o coprocessamento ou aterros sanitários específicos. Usualmente o processo mais utilizado é a incineração, um processo de oxidação que ocorre em alta temperatura e destrói ou reduz o volume do resíduo, transformando-o em material inerte, ou seja, que não interage com o ambiente, eliminando os maiores riscos à saúde e à natureza
Como dito anteriormente, grande parte das embalagens de medicamentos, no Brasil, são feitas de plástico. Mas qual o problema disso? Como as embalagens contaminadas devem receber o mesmo tratamento das substâncias químicas – elas também são incineradas.
Alguns plásticos, ao serem queimados, emitem substâncias tóxicas. Ao incineramos embalagens de PVC e PVDC, por exemplo, que contêm cloro, há a emissão de dioxinas, que são cancerígenas. Veja mais na matéria:
Isso aponta o grande risco ambiental que o país corre ao manter o uso majoritário de plástico na produção da embalagem de remédio. Afinal, a liberação dessas substâncias causam mais problemas de saúde para a população e pode contribuir para fatores como o aquecimento global.
Além disso, o descarte de medicamentos vencidos de forma incorreta também prejudica a saúde humana. Assim como o descarte de remédios no meio ambiente gera maléficios para o planeta. Por isso é preciso entender como descartar remédios.
Sabemos que não devemos tomar remédio vencido, mesmo medicamento vencido há 2 meses, ou menos, não é recomendável. Afinal, os efeitos adversos dos medicamentos são possíveis resultados desse consumo. E o que fazermos com essas substâncias? O descarte incorreto de medicamentos está fora de questão.
Parece normal que ocorram dúvidas sobre onde jogar remédio fora, sobre onde jogar remédio vencido. Assim como consumirmos medicamentos fora do prazo de validade não é algo não recomendável, é natural imaginarmos que o descarte de medicamentos vencidos de forma incorreta possa também ser prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente.
Neste sentido, a pergunta sobre como descartar remédio vencido merece atenção especial. Atuarmos de maneira responsável, de modo a evitarmos o impacto ambiental de medicamentos destinados incorretamente é fundamental.
Medicamentos no lixo comum, na pia ou privada é uma prática que coloca em risco a saúde humana e de outros animais. A contaminação do solo por medicamentos, bem como de recursos hídricos, são degradações que somos capazes de evitar.
Além dos medicamentos vencidos, também podemos nos deparar com um monte de remédios em casa que ainda podem ser consumidos, na validade? E no caso de não termos a expectativa de utilizá-los, o que fazer com eles? Onde entregar medicamentos dentro do prazo? Estes remédios podem ser doados para farmácias solidárias ou instituições que fazem o repasse de remédios em boa condição. Pesquise se em sua região existem instituições capazes de receber esses produtos e confira onde doar remédios.
Entretanto, caso não haja disponibilidade de farmácias solidárias ou equivalentes em sua região, essas substâncias poderão ser descartadas juntamente com medicamentos em suas embalagens primárias. Confira então o passo a passo sobre como realizar o descarte de medicamentos.
Mantenha os medicamentos em lugar separado e seguro, longe da luz, umidade e do alcance das crianças. Uma caixa de remédios, do tipo “farmacinha” ou “armário de medicamentos”, ajuda na organização deles.
Periodicamente revise sua caixa de remédios, separando os medicamentos em desuso e aqueles com prazo de validade vencido, dos outros.
No caso de existirem farmácias solidárias em sua região, uma boa prática é doar aqueles medicamentos em desuso, mas dentro do prazo, para estas instituições.
Em hipótese alguma descarte seus medicamentos na pia, no vaso sanitário ou lixo comum. Há severos riscos de impactos ambientais e sociais nessa atitude.
Pesquise por “pontos de descarte de medicamentos” próximos de sua localização no buscador do eCycle (através do botão abaixo). Há muitas opções de farmácias e unidades de saúde que recebem estes produtos com a garantia de um descarte ambientalmente correto.
Caso não encontre pontos de descarte de medicamentos próximos à sua localidade, procure a vigilância sanitária. Possivelmente poderão lhe auxiliar na solução do problema.
As embalagens secundárias, terciárias e bulas, por não estarem em contato direto com o medicamento não são contaminadas e o descarte ocorre normalmente no lixo reciclável, para a coleta seletiva. Como as embalagens secundárias são fundamentalmente compostas de materiais recicláveis, tanto a reciclagem de plástico como a de papel são possíveis. O grande problema está nas embalagens laminadas, que não podem ser recicladas facilmente e necessitam de processos diferentes dos usuais.
É importante saber que a caixa de remédio não deve ser reaproveitada para o armazenamento de outras substâncias. Às vezes, os medicamentos deixam uma contaminação residual nas embalagens. Nunca queime seus medicamentos e suas embalagens por conta própria, como dito anteriormente, eles são resíduos químicos e os gases liberados podem causar intoxicação e impactos no meio ambiente.
Confira o vídeo que explica como limpar e organizar sua caixa ou armário de remédios:
Empresas especializadas na destinação e coleta de medicamentos vencidos conceberam o projeto de descarte de medicamentos. A ideia é manter os cuidados com os medicamentos, garantir o planejamento e a execução para que os produtos sejam coletados nos varejistas, concetrados em um local secundário, para depois serem encaminhados à destinação final, segundo o que diz a legislação estipulada tanto pela PNRS e pelo decreto nº 10.388.
A importância dessas instituições se dá pela responsabilidade ambiental para designar um local apropriado para os fármacos. Além da disponibilização de contêineres de descarte, divulgação de dados sobre os programas e o planejamento de todo esse processo.
Quando o consumidor faz o descarte correto, as transportadoras fazem a coleta dos medicamentos e oferecem o destino adequado para os produtos. Nesse destino, os remédios são incinerados, coprocessados e levados a disposição final, em aterros de classe I, para resíduos perigosos.
Caso tenha interesse em estabelecer o contato com uma dessas empresas especializadas, preencha o formulário abaixo:
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