Embalagens de fast-food contaminam alimentos com produtos químicos nocivos, revela estudo

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Pela primeira vez, pesquisadores investigaram a quantidade de produtos químicos nocivos presentes nas refeições de grandes redes de fast-food. 

Chamados de ftalatos, esses produtos estão presentes na maioria das embalagens de fast-food, pois tornam o plástico flexível e dobrável. A pesquisa, publicada no Journal of Exposure Science & Environmental Epidemiology, nos Estados Unidos, revelou que a maior parte dos alimentos de fast-food possui ftalatos.

Apesar de estarem presentes em uma série de itens cotidianos como cosméticos, pisos de vinil, detergentes e luvas descartáveis, esses produtos desregulam o sistema endócrino, e estão ligados ao risco de desenvolvimento de doenças graves, incluindo problemas reprodutivos, asma e deficiência cerebral em crianças. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) estima que cerca de 225 mil toneladas de ftalatos são produzidas todos os anos, o que significa que o organismo da maioria das pessoas contém algum nível de ftalatos. 

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Nos últimos anos, outra pesquisa, publicada pelo Milken Institute, concluiu que os alimentos de fast-food são fontes preocupantes de exposição ao ftalato. Em 2018, os pesquisadores do estudo analisaram amostras de urina de cerca de 10.000 americanos em todo o país e descobriram que aqueles que relataram frequentar restaurantes de fast-food tinham níveis mais elevados de ftalatos do que as pessoas que faziam suas refeições em casa.

A pesquisa mais recente, porém, é a primeira a examinar o próprio alimento. Foram coletados 64 itens do menu de grandes redes de fast-food. O ftalato DBP estava presente em 81% dos itens, enquanto 70% continham DEHP. (Ambos estão ligados a problemas de fertilidade.)

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Os alimentos com carne eram os piores —  burritos de frango e cheeseburgers apresentaram as maiores concentrações desses produtos químicos, enquanto pizza de queijo e batatas fritas presentaram níveis mais baixos. Luvas descartáveis ​​usadas pelos trabalhadores também apresentaram quantidades significativas de produtos químicos nocivos. O resultado mostrou que quase 90% dos itens alimentares continham outro plastificante (DEHT) que foi inventado para substituir os ftalatos, embora as pesquisas ainda não tenham estabelecido se o DEHT é mais seguro. 

A posição da equipe do Milken Institute é que há anos que as evidências mostram que as refeições caseiras são menos contaminadas por produtos químicos nocivos, provavelmente porque ninguém cozinha ou manipula os alimentos em casa com luvas, e a maioria dos ingredientes envolve menos embalagens plásticas. Seu último estudo reitera mais uma vez que a melhor maneira de reduzir a exposição é simples: evite consumir fast-food.

Stella Legnaioli

Jornalista, gestora ambiental, ecofeminista, vegana e livre de glúten. Aceito convites para morar em uma ecovila :)

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