Por Nações Unidas News | O aumento global da construção civil elevou as emissões de CO2 para uma alta histórica de 10 gigatoneladas. Assim, o setor está fora do caminho para cumprir as promessas de descarbonização até 2050, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma.
Lançado na última rodada de negociações climáticas no Egito, na COP27, o Relatório de Status Global de Edificação e Construção de 2022 conclui que o setor foi responsável por mais de 34% da demanda de energia e cerca de 37% das emissões de CO2 relacionadas a energia e processos em 2021.
OIT/Marcel Crozet Trabalhador da construção civil em Yangon, em Mianmar
Segundo o documento, apesar do aumento em 16% no investimento em eficiência energética, o consumo de energia e as emissões de CO2 do setor de construção civil se recuperaram da pandemia de Covid-19 para um recorde histórico.
Em 2021, essas emissões foram 5% maiores do que em 2020 e 2% a mais do que o pico pré-pandemia em 2019.
De acordo com o Pnuma, em 2021, a demanda por aquecimento, refrigeração, iluminação e equipamentos em edifícios aumentou cerca de 4% em relação a 2020 e 3% em relação a 2019, indicando que a lacuna entre o desempenho climático do setor e a necessidade de descarbonização até 2050 está aumentando.
A diretora executiva da agência, Inger Andersen, disse que anos de alertas sobre os impactos das mudanças climáticas se tornaram uma realidade. Para ela, “se não cortarmos rapidamente as emissões, conforme o Acordo de Paris, teremos problemas ainda maiores.”
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O Pnuma observou que o uso dos recursos brutos na África deve dobrar até 2060. Estima-se que 70% do parque imobiliário africano previsto para 2040 ainda não foi construído.
Essa estimativa está de acordo com o crescimento da população da África, que deve chegar a 2,4 bilhões até 2050, 80% vivendo em cidades. Esta é uma razão pela qual o continente poderia usar suas fontes de energia renovável para alimentar seus edifícios de forma sustentável.
Materiais de construção já representam cerca de 9% das emissões de CO2 derivadas da energia no continente. Aço, concreto e cimento são os principais contribuintes para as emissões de gases de efeito estufa, de acordo com a agência.
Na Europa, o setor de construção representa 40% das necessidades totais de energia no continente. Cerca de 80% vêm de combustíveis fósseis.
Para reduzir as emissões gerais, a agência da ONU explicou que o setor de construção pode ajudar melhorando o desempenho energético dos edifícios, diminuindo a pegada de carbono dos materiais de construção, e multiplicando os compromissos políticos, além de incentivos ao investimento em eficiência energética.
As principais tendências globais identificadas pelo Pnuma indicaram que o aumento do espaço construído entre 2015 e 2021 foi equivalente à área total coberta por edifícios na Alemanha, França, Itália e Holanda.
Este texto foi originalmente publicado por Nações Unidas News de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.
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