Loja
Apoio: Roche

Saiba onde descartar seus resíduos

Verifique o campo
Inserir um CEP válido
Verifique o campo

Este texto foi originalmente publicado no site Revista Sustentabilidade, parceiro do eCycle. Para conferir o texto original, clique aqui.

A decisão do governo chileno de instituir políticas dedicadas ao setor de energia solar, incluindo transferência de tecnologia, levou a empresa americana, SolarReserve, a abrir seu escritório em Santiago. Além do Chile, os países no radar da empresa, detentora de tecnologia solar por concentração, são o Peru e o Uruguai. O Brasil, no entanto, ainda não desponta neste mapa apesar do reconhecimento de um mercado promissor e capacidade industrial.

“O que buscamos em termos de regulamentação é a certeza ou a institucionalização de políticas para podermos alocar recursos e desenvolver com conforto os grandes projetos,” explicou, em entrevista exclusiva à Revista Sustentabilidade, Tom Georgis, vice-presidente de desenvolvimento da empresa.

Energia solar térmica por concentração, ou CSP (Concentrated Solar Power) como é conhecida pela sua sigla em inglês, é uma tecnologia nova comparada com a fotovoltaica. Ela consiste em montar espelhos que concentram os raios solares em uma torre. Lá, a energia térmica é usada para transformar um líquido em vapor que é usado para mover uma turbina convencional que gera energia.

No mundo, os cerca de 100 projetos CSP instalados têm uma capacidade total de 2,5GW. Eles são normalmente instalados em regiões de alta insolação com grandes áreas disponíveis. No Chile, já existe uma usina CSP em operação com 7MW e mais cinco projetos com capacidade total de 370MW sendo planejados. Enquanto isso, novos projetos são anunciados na África e os líderes da tecnologia são os Estado Unidos e Espanha.

No Brasil, esta tecnologia é ignorada pelos planejadores e empresas. Há um só projeto de 50MW registrado na Aneel pela Braxton Energy no estado da Paraíba. Segundo a empresa, há um potencial nacional de 16GW (cerca de 13% da capacidade instalada nacional atual). Além da Braxton, a Chesf tem estudado a tecnologia.

Mas, para a SolarReserve, apesar da boa insolação brasileira e até da disponibilidade de terras, o foco no Brasil será a energia fotovoltaica.

Leia a seguir a íntegra da entrevista

Funcionamento

Revista Sustentabilidade: Você pode descrever brevemente a atuação e a tecnologia da SolarReserve?

Tom Georgis: A SolarReserve desenvolve ambas, a solar térmica e a fotovoltaica em grande escala. A nossa tecnologia termossolar é única que permite capturar e armazenar energia do sol em sal derretido, permitindo, portanto, que possamos produzir vapor a qualquer momento, de dia ou de noite. Nossa energia solar pode funcionar exatamente como uma usina convencional, mas sem emissões ou geração de resíduos.

RS: Como foi tomada a decisão de abrir escritórios no Chile em 2013?

Georgis: Estamos bastante otimistas com a ênfase que se está dando às energias renováveis na América do Sul. Pensamos então que faria sentido abrir o nosso primeiro escritório em Santiago (Chile) por causa do foco do governo em energia solar térmica, com armazenamentos, para suprir energia para o setor de mineração que necessita de energia 24 horas por dia, sete dias por semana. O norte do Chile também tem o melhor recurso solar no planeta, ideal para nossa tecnologia que utiliza luz do sol como a única fonte de combustível. O Chile também é mercado que facilita o financiamento para grandes projetos de infraestrutura.

RS: Vocês estão olhando para quais países na região e quais são os mais interessantes no curto, médio e longo prazos?

Georgis: Por causa do nosso foco no setor de mineração e no melhor recurso solar, Chile e Peru são o nosso foco para energia solar térmica. Para solar fotovoltaica, estamos ativamente prospectando oportunidades no Uruguai e, esperamos que, em breve, no Brasil.

RS: Vocês têm alguma perspectiva para o Brasil?

Georgis: Nada no momento.

RS: Quanto custo para instalar uma planta com sua tecnologia e por quanto esta energia seria vendida?

Georgis: O preço de nossa energia varia de caso a caso dependendo da qualidade do recurso solar, da estrutura financeira e custos e da existência ou não de incentivos ou subsídios para a tecnologia.

RS: Quais são os desafios na América latina em termos de tecnologia, qualificação de mão de obra e regulamentações para os projetos que estão estudando?

Georgis: Cada país tem suas vantagens e desafios. Onde estamos prospectando, a localização dos projetos são lugares remotos que levantam questões ligadas à construção, à mão de obra e à disponibilidade de água. Mas estes problemas são geralmente compensados pelo interesse dos clientes que estão muito ávidos para terem energia de fontes renováveis confiáveis e pelos recursos solares excelentes. Buscamos em termos de regulamentação é a certeza ou a institucionalização de políticas para podermos alocar recursos e desenvolver com conforto estes grandes projetos.

RS: Na sua visão, quais são as perspectivas para energia solar na América Latina?

Georgis: Estamos muito otimistas com as oportunidades no setor de energia solar que vimos vendo até agora. À medida que o preço dos combustíveis fósseis continua a aumentar e que a consciência ambiental se alastra aliado à queda nos preços de todas as tecnologias solares, a demanda por energia solar vai aumentar naturalmente, acompanhando o aumento na demanda por eletricidade pela América Latina. Países limitados em recursos de hidrocarbonetos vão buscar segurança energética por meio que um recurso abundante como o sol.

RS: Como vocês operam a pesquisa e desenvolvimento de suas tecnologias e o que pretendem fazer neste campo na América Latina?

Georgis: A maior parte de nossa pesquisa e desenvolvimento é feita nos Estados Unidos, mas, à medida que expandimos para outros países, buscamos parcerias com institutos de pesquisa e universidades para apoiar o avanço da tecnologia em torno das variáveis locais. No Chile, existem leilões para energia termo solar que dão pontos para a transferência de conhecimento que é desenhado para ser catalisador da indústria solar no país.


Texto: Alexandre Spatuzza, biólogo e Publisher da Revista Sustentabilidade

Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos. Saiba mais