Energia eólica é a energia gerada a partir da energia cinética do vento (massas de ar em movimento) e do aquecimento eletromagnético do Sol (energia solar), que, juntos, movimentam as pás de captadores. Esse tipo de energia renovável está sendo cada vez mais utilizada.
A China é responsável pela maior produção de energia elétrica eólica do mundo, seguida dos Estados Unidos. Já o Brasil, por exemplo, está em 6º lugar, com os líderes de geração sendo o Rio Grande do Norte e a Bahia,
A energia cinética do vento normalmente é convertida em energia mecânica por moinhos e cataventos. Ou em energia elétrica por turbinas eólicas (ou aerogeradores).
A aplicação da energia desse tipo de energia em trabalhos mecânicos por moinhos e cataventos remonta à origem da utilização dessa fonte de energia pela humanidade.
Na verdade, ela só passou a ser considerada uma alternativa da energia elétrica a partir da crise do petróleo, na década de 1970.
A energia cinética do vento é produzida quando o aquecimento das camadas de ar cria uma variação gradiente de pressão nas massas de ar.
Por sua vez, a turbina eólica transforma a energia cinética em energia mecânica por meio do movimento de rotação de pás. Depois, através de um gerador, há geração de energia elétrica. Essa turbina é composta por:
A principal vantagem da energia eólica é que se trata de uma fonte de energia renovável e “limpa”. Além de não emitir gases do efeito estufa, que contribuem para as mudanças climáticas, o potencial eólico não produz resíduos ao gerar eletricidade.
Além disso, a fonte da energia eólica é considerada inesgotável e não há custos associados à obtenção de uma matéria-prima. Isso a distingue do que ocorre com combustíveis fósseis.
Os custos de implantação são relativamente baixos e a necessidade de manutenção é pequena. Ela também é vantajosa pela criação de novas oportunidades de emprego em áreas que normalmente recebem pouco investimento.
Uma crítica muito comum à energia eólica é referente a sua intermitência. A energia eólica depende da ocorrência de vento em densidade e velocidade ideais, e esses parâmetros sofrem variações anuais e sazonais.
Portanto, para a energia eólica ser considerada aproveitável do ponto de vista técnico, a usina possui alguns requisitos para instalação. Ela deve ser implantada em um local em que a densidade da massa de ar seja maior ou igual a 500 watts por metro quadrado (W/m²) a uma altura de 50 metros. Além disso, a velocidade do vento precisa atingir de 7 a 8 metros por segundo (m/s).
No entanto, a construção de um parque eólico não pode partir apenas do atendimento a fatores técnicos relacionados à disponibilidade dos ventos. O procedimento também requer a realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Eles servem para definir a melhor localização não somente do ponto de vista estratégico, mas também em termos socioambientais.
Parques eólicos (ou usinas eólicas) são espaços em que há ao menos cinco turbinas eólicas (aerogeradores) que podem produzir energia elétrica. Essa concentração de aerogeradores em um mesmo local provoca uma série de externalidades negativas.
Um dos impactos ambientais negativos recai sobre os pássaros e morcegos. Ao voarem muito perto das turbinas, esses animais são atingidos pelas pás e sofrem ferimentos graves e até morrem. A implantação de parques eólicos pode influenciar a mudança nas rotas de fluxos migratórios de populações de aves e morcegos.
Além disso, parques eólicos também podem impactar negativamente o ecossistema local e as populações humanas do entorno. Isso devido ao alto ruído que as turbinas produzem ao operarem.
A poluição sonora é considerada um problema de saúde pública. Isso porque ela está associada ao aumento do estresse, agressividade e transtornos psíquicos, dentre outros impactos à saúde. O ruído também pode provocar o afastamento de populações de animais, afetando o ecossistema local.
A comunidade do entorno pode ser afetada pela poluição visual. A construção de parques eólicos provoca significativas mudanças na paisagem.
Outro impacto relacionado às turbinas é a interferência que causam em radares meteorológicos. Esses radares são usados para prever o volume de chuva, risco de queda de granizo e outras ações no tempo. Para serem capazes de executar tais atividades, devem ser equipamentos muito sensíveis. Essa sensibilidade os torna suscetíveis a interferências externas.
Uma única turbina eólica que esteja em funcionamento em uma área próxima a um radar meteorológico pode afetar as suas previsões. Os radares são ferramentas importantes na prevenção de eventos críticos em períodos chuvosos. Por isso, foram estabelecidas distâncias mínimas que devem ser atendidas entre radares e aerogeradores.
Apesar da energia eólica não produzir resíduos durante a geração de eletricidade, existem resíduos do processo de fabricação das pás das turbinas. Estas pás costumam ser confeccionadas com fibra de vidro. A fibra em si não é tóxica, porém, os aditivos que são usados para reforçar o material podem ser, como a resina epóxi.
Uma pá tem um tempo de vida médio equivalente a 20 anos. Porém, ainda não existe uma tecnologia que torne a reciclagem de pás economicamente viável. Isso devido à alta complexidade do material com o qual ela é feita.
No Brasil, um dos maiores produtores de energia eólica do mundo, mais de 71 mil km² do território nacional apresentam velocidade de vento superior a 7 m/s ao nível de 50 m de altura. Este potencial proporcionaria ao país o equivalente a 272 terawatt-hora por ano (TWh/ano). Isso representa aproximadamente 64% do consumo nacional de energia elétrica, que gira em torno de 424 TW/ano.
A energia eólica é uma alternativa para diversificar a matriz energética do país e assim aumentar a segurança neste setor. É interessante que, frente ao aumento da demanda por eletricidade, o país se mantenha no caminho das tecnologias limpas em vez de optar por outras fontes. Principalmente as que provocam impactos socioambientais ainda mais agressivos.
Uma alternativa aos impactos da poluição sonora e visual é a instalação de parques eólicos off-shore, ou seja, no mar. Além disso, avanços tecnológicos podem ser feitos no sentido de minimizar outros impactos, como as mortes de pássaros e morcegos.
Para avaliar o risco de morte de morcegos em turbinas eólicas, pesquisadores costumam registrar sua atividade acústica dentro da faixa de operação das pás do rotor. Para isso, detectores ultrassônicos são fixados nas nacelas do topo do mastro.
Em uma análise recente, uma equipe de cientistas liderada pelo Instituto Leibniz de Pesquisa em Zoológicos e Animais Selvagens (Leibniz-IZW) concluiu que esse monitoramento acústico é insuficiente para prever com segurança o risco de mortalidade, especialmente para morcegos em grandes turbinas.
Para melhorar a cobertura da zona de risco das pás do rotor, cientistas recomendam que detectores ultrassônicos adicionais sejam fixados na lateral sotavento das nacelas e diretamente no mastro. Além disso, sugerem que sistemas de radar e câmeras de imagem térmica podem fornecer informações adicionais.
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