Você já deve ter ouvido falar que a energia solar é renovável. Isso não necessariamente significa que ela é uma fonte de energia sustentável. Mas qual é a diferença entre energia renovável e energia sustentável? Entenda a definição dos dois conceitos e a razão pela qual a energia solar é considerada uma fonte de energia renovável.
Fonte de energia renovável é aquela originada de fontes naturais que são restabelecidas (ou renovadas) em um ritmo maior do que aquele ritmo com o qual são consumidas. Por outro lado, combustíveis fósseis, como o gás natural, são fontes de energia não renovável, pois levam milhões de anos para serem formados.
A matriz energética mundial possui fontes de energias renováveis e não renováveis, sendo estas últimas ainda as predominantes. Porém, com o aumento da conscientização sobre as mudanças climáticas e a emissão de gases do efeito estufa gerada pela produção de energia não renovável, isso tem mudado.
É possível produzir energia renovável a partir da água dos rios, do calor do interior da Terra, do calor e da luz do Sol e dos ventos, por exemplo, pois estas fontes naturais são abundantes ao ponto de serem praticamente inesgotáveis. A energia obtida da queima de biomassa também é renovável, pois utiliza resíduos florestais e da agricultura, além de cultivos voltados para este fim.
Apesar de haver alguma sobreposição entre os conceitos de energia renovável e energia sustentável, visto que muitas fontes sustentáveis de energia também são renováveis, estes termos não significam exatamente a mesma coisa.
Energias sustentáveis vêm de fontes que podem atender às necessidades humanas atuais sem comprometer as gerações futuras. Porém, ao classificar uma energia como sustentável ou não, além das fontes, são consideradas a obtenção e a distribuição da energia: a energia deve ser eficientemente adquirida e distribuída para ser considerada sustentável.
Assim, os biocombustíveis, que são obtidos a partir de fontes de biomassa, apesar de serem renováveis não podem ser considerados como um tipo de energia sustentável, por conta da emissão de gases do efeito estufa (ainda que menor que a dos combustíveis fósseis) e pelo consumo de recursos naturais em sua obtenção.
Ainda assim, deve-se reconhecer a importância da biomassa e seus biocombustíveis na transição para uma matriz energética melhor para o meio ambiente, e buscar formas de maximizar a geração de energia desta fonte e, ao mesmo, minimizar seu impacto ambiental.
A energia solar é considerada o mais abundante recurso energético disponível, podendo ser obtida mesmo em dias nublados. A taxa com que a energia solar é interceptada pela Terra é cerca de 10 mil vezes maior que a taxa de consumo de energia consumida pela população humana. Assim, apesar de nem todo país estar em uma posição geográfica vantajosa como o Brasil, a energia solar pode contribuir significativamente para a matriz energética de qualquer país.
Existem três tipos primários de tecnologias pelas quais a energia solar é obtida:
O uso da energia solar fotovoltaica tem crescido cada vez mais em todo o mundo, não somente pelas questões relacionadas à crise climática, mas também pelo avanço tecnológico ter melhorado seu custo-benefício. O custo de fabricação de painéis solares tem caído nos últimos anos, tornando-os mais acessíveis ao ponto de serem o tipo de eletricidade mais barata em alguns países.
Apesar da durabilidade de cerca de 30 anos dos painéis fotovoltaicos, este não é um tipo de energia 100% limpa e verde ou carbono zero. Isso se deve ao consumo de energia e poluição gerada durante sua manufatura e descarte. A produção de painéis fotovoltaicos requer o uso de minérios como o cobre, o silício, a prata, o lítio, o níquel e o cádmio. E com o aumento da produção de painéis solares, também aumenta a demanda de retirada desses recursos do meio ambiente.
O problema aqui não é exatamente o consumo de recursos, mas a atividade da mineração em si, que gera poluição atmosférica e aquática, erosão e contaminação do solo. Além disso, a mineração afeta a biodiversidade e as populações dos locais em que ocorre.
No entanto, a eletricidade produzida por painéis fotovoltaicos é mais sustentável que a eletricidade baseada em combustíveis fósseis. Ademais, conforme o consumo da tecnologia cresce, também aumenta a eficiência da reciclagem de seus componentes. Saiba mais sobre a reciclagem de painéis solares lendo a matéria:
Com algumas melhorias na produção, consumo e descarte, a energia solar pode ser mais sustentável:
Quanto mais longa for a vida de um sistema fotovoltaico, menores as emissões de gás carbônico (CO2), assim como o custo para a geração de energia.
A estrutura robusta dos painéis solares torna a ocorrência de defeitos rara. Mas caso eles ocorram, o conserto deve ser a primeira opção. Após anos de operação, o selo e o filme na parte traseira dos módulos pode se tornar porosa, mas a aplicação de uma pasta adesiva pode ser utilizada para selar esses componentes contra a entrada de umidade. Se cabos se tornarem porosos ou diodos queimarem, eles podem ser trocados sem dificuldade.
Infelizmente, em caso de dano por conta de chuvas torrenciais, ainda não é possível trocar apenas o vidro do painel solar, sendo necessária a substituição da unidade afetada. O desenvolvimento de painéis que possibilitem essa troca aumentaria a vida útil da tecnologia.
Apesar de uma boa parte dos componentes dos painéis solares poderem ser reciclados, ainda há espaço para melhora. Antes da reciclagem (e para o que não pode ser reciclado), deve-se considerar o reaproveitamento de partes em novas células solares. Este é um desafio maior para países como o Brasil, que ainda tem uma porcentagem muito pequena dos seus resíduos sólidos destinados à reciclagem.
Em conclusão, a energia solar é renovável e sustentável, mas não é perfeita. A chave para esta ser uma energia limpa de verdade está em boas práticas governamentais e legislações rígidas, de forma a evitar, reduzir e mitigar seus impactos socioambientais.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais