Entoveganismo é um termo cunhado por Josh Galt em 2017. Ele é um tipo de alimentação que combina partes do veganismo, como a exclusão de alguns produtos de origem animal, incluindo tipos de carne, ovos e leite, enquanto substitui-os pela proteína derivada de insetos e seus subprodutos.
Galt criou o movimento enquanto morava no Sudeste Asiático, especificamente em Camboja, onde a alimentação humana comumente inclui insetos, como grilos e bichos-da-seda. Embora no começo sentia-se relutante em incluir as criaturas em sua alimentação, Galt pesquisou a fundo sobre os possíveis benefícios dos insetos e começou a sua jornada.
Em meados de 2020, Galt mudou a sua dieta — ainda acreditando nos benefícios de uma alimentação que inclui insetos, mas enquanto segue uma dieta onívora padrão. No entanto, com a crescente informação sobre o entoveganismo, muitos ainda adotam o estilo de vida.
Segundo o site de Galt, Entovegan, a alimentação de um entovegano é baseada nas plantas e insetos mais nutritivos e segue o seguinte pedrão:
Além disso, ela incentiva a suplementação à base de plantas conforme necessário em relação a certas vitaminas e minerais, assim como a exposição de 15 a 20 minutos de luz solar direta a fim de facilitar a produção natural de vitamina D.
Globalmente, mais de 1.900 espécies de insetos são consideradas comestíveis, com os besouros sendo os mais comuns, seguidos por lagartas, abelhas, vespas, formigas, gafanhotos e grilos. Tipicamente, fora do entoveganismo, os animais podem ser consumidos de qualquer forma, sejam fritos ou acrescentados em pratos comuns.
Porém, também podem ser processados em proteínas em pó, agindo como um substituto do Whey Protein.
Alguns dos insetos que podem ser consumidos no entoveganismo incluem:
Confira outros insetos para o consumo humano na matéria:
Embora seja uma das características do entoveganismo, a entomofagia é uma prática comum para parte da população da América Latina, Ásia e África, onde os insetos são consumidos apenas por seu sabor. Por exemplo, as lagartas mopane são consideradas uma iguaria no sul da África, enquanto os ovos de formigas tecelãs são manjares em partes do Sudeste Asiático.
De fato, segundo a FAO, da Organização das Nações Unidas, 2 mil milhões de pessoas em todo o mundo já comem insetos para complementar a sua dieta. E o ato, em si, pode ser uma das resoluções de um dos maiores problemas da humanidade — a fome.
O consumo de certos tipos de insetos pode ajudar a resolver as questões prementes da segurança alimentar, prevendo-se que a população mundial cresça para 9,8 mil milhões até 2050, afirma a ONU. Esses animais, assim como os outros comumente incorporados na alimentação de milhares de pessoas, podem fornecer nutrição, com alto teor de proteínas, gorduras e minerais.
Um estudo de janeiro de 2021 na Critical Reviews in Food Science Nutrition afirma que os insetos comestíveis podem ter “benefícios superiores para a saúde” devido aos altos níveis de:
Além disso, são ricos em proteínas. Os insetos convertem seus alimentos em proteínas em um curto espaço de tempo. O teor de proteína dos insetos em relação à matéria seca é de 35% a 60%.
No caso dos grilos, por exemplo, a proporção chega a ser de 77%. Os animais são quase livres de carboidratos, têm teor extremamente baixo de gordura e colesterol e, ainda, são ricos em vitaminas, minerais e oligoelementos.
O veganismo já possui benefícios ao meio ambiente. Isso se dá porque a agropecuária, em geral, é responsável por inúmeros impactos ambientais, que vão da emissão de gases do efeito estufa ao desmatamento.
Portanto, através da exclusão do consumo de alimentos de origem animal, uma pessoa que segue a dieta vegana possui uma pegada ecológica relativamente menor do que pessoas que seguem uma dieta onívora.
Mas, e o consumo de insetos?
“Grilos e alguns outros insetos podem ser levantados verticalmente. Isto significa que podem ser criados em camadas em instalações climatizadas, oferecendo a possibilidade de funcionar durante todo o ano e deixando menos pegada ambiental do que uma exploração pecuária”, disse Sujaya Rao, professora de entomologia da Universidade de Minnesota em Minneapolis.
Adicionalmente, em comparação com os animais da agropecuária, os insetos precisam de menos recursos, menos terra, menos água, menos combustível para transporte e menos trabalho humano. (1)
O termo “entoveganismo” implica que o movimento é uma vertente do veganismo, que inclui a alimentação com insetos. No entanto, um dos maiores princípios do veganismo é a igualdade entre humanos e animais em geral, pois os adeptos acreditam que todos são seres conscientes e sensíveis.
Como parte do reino animal, os insetos e seus subprodutos são naturalmente excluídos do veganismo. Sendo assim, o entoveganismo não pode ser considerado uma vertente da filosofia vegana, e sim uma dieta que possui algumas características em comum com o veganismo.
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