Eritritol: o que é e seus possíveis riscos

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O eritritol é um tipo de carboidrato pertencente a um grupo de compostos chamados de polióis, poliálcoois ou álcool de açúcar, que são utilizados como uma alternativa ao açúcar refinado convencional. A maioria desses compostos são encontrados naturalmente em frutas e vegetais e, por isso, são vistos como adoçantes naturais. 

O seu gosto adocicado é uma consequência do formato de suas moléculas, que estimulam os receptores de doçura da língua. Ele possui cerca de 6% das calorias do açúcar convencional enquanto providencia 70% de sua doçura.

Além da sua forma natural, o eritritol é um adoçante artificial desde 1990. Sua produção em massa é, na maioria das vezes, criada quando um tipo de levedura fermenta a glicose do amido de milho ou trigo, formando cristais similares ao açúcar.

O eritritol também é produzido naturalmente pelo organismo, porém, em baixas quantidades, sendo mais comumente encontrado em alimentos e bebidas de baixo teor calórico e índice glicêmico. 

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Outros tipos de polióis

Além do eritritol, outros álcoois de açúcar comumente utilizados na indústria alimentícia como adoçantes são:

  • Xilitol;
  • Sorbitol;
  • Maltitol;
  • Manitol;
  • Isomalt;
  • Lactitol;
  • Hidrolisados ​​de amido hidrogenados.

Todos esses compostos são comercializados como substitutos do açúcar. Por isso, o eritritol, como outros tipos de adoçantes, é indicado para pessoas com diabetes e também pode ser usado por pessoas que seguem dietas que restringem o consumo de açúcar. 

Imagem de Steve Buissinne da Pixabay

O consumo de eritritol é seguro? 

O uso de edulcorantes — aditivos alimentares conhecidos como adoçantes — é regulamentado pela Anvisa. De fato, o seu uso está previsto na RDC Nº18, de 24 de março de 2008 da Agência.

Muitos estudos sobre a toxicidade desse composto e seus efeitos no metabolismo comprovaram que o seu consumo é seguro para humanos e animais. Porém, isso não significa que ele não tenha efeitos adversos. 

Quais os efeitos colaterais do eritritol?

Devido à suas estruturas moleculares, os polióis não são metabolizados pelo organismo, passando diretamente através da maior parte do sistema digestivo até chegar ao cólon. No cólon, eles são fermentados pelas bactérias presentes na flora intestinal, produzindo gases como subprodutos. 

Consequentemente, consumir muitos alimentos e bebidas ricos nesses adoçantes pode resultar em problemas digestivos, como inchaço abdominal e gases. 

Entretanto, o eritritol é diferente de outros polióis. A sua maioria é absorvida pela corrente sanguínea antes de adentrar o cólon. Assim, cerca de 90% desse composto é extraído pela urina. 

Por outro lado, algumas pesquisas apontaram que o eritritol pode estar associado ao desenvolvimento de doenças cardíacas e trombose. Um pequeno estudo de pessoas saudáveis indicou que o adoçante pode aumentar a chance de coágulos sanguíneos.

Além disso, dois outros estudos mostraram uma correlação notável entre eritritol elevado, risco de eventos cardiovasculares e aumento da formação de coágulos sanguíneos. (1, 2, 3)

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Possíveis benefícios do eritritol 

Diferentemente do xilitol, outro álcool de açúcar, o consumo de eritritol não aumenta o açúcar no sangue ou a insulina. Os seres humanos não possuem a enzima capaz de digerir esse composto, que por sua vez, não é metabolizado pelo organismo, sendo excretado, inalterado, na urina.

Portanto, é um adoçante natural melhor do que outras alternativas de polióis. 

Entretanto, é importante notar que, embora seja melhor que outros tipos de adoçantes, o eritritol ainda possui efeitos adversos e seu consumo excessivo pode ser prejudicial à saúde. Embora não existam diretrizes oficiais sobre o uso de eritritol, a maioria das pessoas consegue lidar com 1 grama para cada quilograma de peso corporal diariamente.

Quem não pode usar eritritol?

Devido ao seus possíveis efeitos na saúde cardiovascular, o consumo desse edulcorante não é indicado para pessoas com fatores de risco existentes para doenças cardíacas. Segundo um estudo de 2023, esses indivíduos tinham duas vezes mais probabilidade de sofrer um ataque cardíaco ou derrame se tivessem os níveis mais altos de eritritol no sangue.

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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