A erosão marinha, também chamada de erosão marítima, é definida como “o processo de desgaste, transporte e sedimentação de rochas e solos litorâneos por agentes erosivos”. Fundamentalmente, ela pode ser causada pela ação de três fatores: ondas, correntes e marés.
A erosão marinha está presente em todo o litoral brasileiro e vem se tornando mais intensa em decorrência da ocupação desordenada de regiões costeiras. Além de ser um resultado do aquecimento global (e consequente elevação do nível do mar) e da retirada de areia para uso em pavimentação e aterros sanitários.
Esse tipo de erosão é consequência de um fator presente na termodinâmica, a convecção. Esse fenômeno, caracterizado pelo movimento de moléculas em fluidos, dá origem às ondas, correntes e marés responsáveis pela erosão marinha.
Estudos sugerem que a erosão marinha pode gerar consequências positivas e negativas para a sociedade e o meio ambiente como um todo. No primeiro momento, ela forma grandes paredões íngremes, chamados de falésias. Após isso, ocorre o recuo da praia, onde o sedimento removido pelos agentes erosivos passa a ser transportado lateralmente pelas correntes de deriva do litoral.
Apesar de originar paisagens deslumbrantes, a erosão costeira também está associada a alguns impactos negativos, como:
Dentre as possíveis soluções para o problema, os oceanógrafos apontam:
Além disso, afirmam que defesas costeiras, como enrocamentos e esporões (quebra-mares), podem retardar a erosão causada pelo mar.
Os moradores do distrito de Atafona, em São João da Barra (RJ), enfrentaram um dos desastres ambientais de erosão marinha mais severos do Brasil. Isso porque o mar está engolindo suas casas há mais de 50 anos.
Especialistas sugerem que as ações humanas e os efeitos das mudanças climáticas são as principais causas desse evento. Os primeiros registros que se tem notícia da erosão marinha em Atafona datam de 1954, na Ilha da Convivência. Ela já foi praticamente toda engolida e seus habitantes foram forçados a buscar moradia em outros locais.
A erosão nas praias de Atafona, ocorreu cerca de cinco anos depois, mas a destruição se intensificou a partir da década de 1970 e não parou mais. A Prefeitura de São João da Barra estima que o avanço da água do mar já destruiu centenas de residências e comércios. Moradores locais e pesquisadores dizem que esse número pode ser ainda maior e que o número de pessoas forçadas a se deslocar tenha passado das 2 mil. Inclusive mudando para outras cidades ou estados.
A diminuição do fluxo de água do Rio Paraíba do Sul e seu posterior assoreamento são as principais causas da erosão marinha em Atafona. Além disso, o intenso desmatamento das matas ciliares ao longo de todo o curso fluvial e a ocupação desenfreada das cidades do entorno também contribuíram para a ocorrência desses desastres.
Ainda, processos geológicos naturais também são apontados como uma das razões, em um ritmo muito lento. Mas observa-se um consenso entre os especialistas e moradores de que a erosão marinha tem sido intensificada em decorrência de ações humanas e efeitos das mudanças climáticas, como aumento do nível do mar.
Desde os primeiros indícios da erosão acelerada de Atafona, autoridades locais estudam novas técnicas para reverter a situação do litoral e impedir que o mar acabe com outras partes do município. Uma das soluções propostas por especialistas é uma técnica que foi utilizada nos Estados Unidos e na Holanda; o reabastecimento da praia com areia.
Nesse caso, a areia utilizada seria a areia da própria praia que se encontra acumulada no fundo do rio Paraíba do Sul. Contudo, esses planos não foram realizados com a justificativa de que não há nenhuma solução definitiva para o problema.
Porém, a situação de Atafona não é irreversível. Embora a erosão marinha seja inevitável, existem diversos meios de preservação que incluem dunas, sacos e cercas de areia, vegetação e paredões.
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