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Erva-de-passarinho é cheia de simbolismos através da cultura mundial
A erva-de-passarinho é uma espécie de planta parasita que pode pertencer à famílias como Loranthaceae, Misodendraceae e Santalaceae. Existem cerca de 1.300 espécies de erva-de-passarinho no mundo inteiro, porém, são mais comuns em áreas da América do Norte, como os Estados Unidos e o Canadá.
Nesses países, a planta é comumente encontrada em celebrações natalinas, pendurada sob batentes de portas. A planta com folhas perenes simétricas, que produz cachos de pequenas frutas, serve como uma brincadeira comemorativa, em que, quando duas pessoas encontram-se abaixo seus ramos, devem compartilhar um beijo.
No entanto, esse não é o único uso ou significado da erva. Na mitologia nórdica, a erva-de-passarinho deriva da lenda de Baldur — filho de Frigg. Nela, o herói é morto por dardos e flechas que continham a planta. Assim, as lágrimas de Frigg transformaram-se nos frutos brancos da erva, que são pendurados em portas em sinal de respeito.
Ladra de árvores
O nome “erva-de-passarinho” remete à como essas plantas são espalhadas. As suas sementes são espalhadas por pássaros e depositadas em árvores, onde formam “viscina”, que seca para formar um cimento biológico rígido.
Após serem germinadas, as sementes liberam suas raízes, que penetram a casca da árvore hospedeira e formam uma conexão. As ervas-de-passarinho são hemiparasitas, ou seja, sobrevivem através da sua própria produção de comida pela fotossíntese, mas também pela absorção de água e nutrientes de outras plantas.
Essa característica foi responsável pela nomenclatura de uma das espécies mais comum de erva-de-passarinho, a Phoradendron, que deriva do grego “ladrão de árvores”.
Diversas espécies da erva-de-passarinho se adaptaram à crescer em tipos distintos de plantas, como os cactos. No entanto, são mais comumente encontradas em grandes árvores de folha caduca, como carvalhos.
Embora as árvores possam sobreviver a essas plantas parasitas, em alguns casos, a erva-de-passarinho pode acabar matando sua hospedeira. Isso ocorre porque a planta envia suas raízes para a camada de câmbio da casca da árvore, onde suga a água e os nutrientes, enfraquecendo-a lentamente.
Entretanto, a erva-de-passarinho não é uma grande ameaça às florestas e cientistas ressaltam que a planta pode oferecer diversos benefícios aos ecossistemas em que pertencem.
Importância ecológica da erva-de-passarinho
Embora sejam hemiparasitas, essas plantas são importantes para o equilíbrio do ecossistema. Além de servirem de alimento para alguns animais, a sua relação com árvores hospedeiras possibilitam que aves e pequenos mamíferos habitem árvores ocas para abrigo.
As flores da erva-de-passarinho providenciam pólen e néctar para insetos polinizadores. Além disso, diversos tipos de borboletas e mariposas dependem exclusivamente de espécies de visco como plantas hospedeiras para suas lagartas.
Quais os efeitos colaterais da erva-de-passarinho?
Apesar de servir como alimento para alguns animais, a erva-de-passarinho não é comestível para seres humanos. De fato, muitas espécies da planta são venenosas e por isso requerem um cuidado especial quando são manuseadas.
Diferentes partes da planta possuem diferentes níveis de toxicidade e não devem ser consumidas por pessoas ou animais de estimação.
Para que serve a erva-de-passarinho?
Historicamente, a erva-de-passarinho foi utilizada medicinalmente no tratamento de diversas condições, como infertilidade, epilepsia, hipertensão e artrite. Por outro lado, uma espécie europeia, conhecida como Viscum album L., pode possuir efeitos anti-cancerígenos.
A maioria das pesquisas sobre esses efeitos se dão ao extrato de erva-de-passarinho. E, embora especialistas não saibam exatamente qual componente da planta possa oferecer benefícios ao tratamento da condição, acredita-se que eles derivam da lectina.
As lectinas são compostos presentes na planta que podem modular o sistema imunológico, melhorando as defesas imunológicas e diminuindo os efeitos negativos dos tratamentos contra o câncer. Além disso, a planta possui outros componentes possivelmente terapêuticos, como viscotoxinas, flavonoides, oligo e polissacarídeos, lipídios de membrana e alcaloides. (1)
Entretanto, a erva-de-passarinho não deve ser utilizada, sob nenhuma hipótese, em casos de automedicação. Por ser possivelmente venenosa, o consumo de qualquer parte da planta sem a supervisão médica pode resultar em problemas de saúde.
