Em Dia Mundial, Unesco alerta para necessidade urgente de conservar vegetação que está em declínio desde o século passado; ervas marinhas amortecem acidificação do oceano e ajudam na resiliência de espécies mais vulneráveis como recifes de corais
Por ONU News | 1º de março é o Dia Mundial das Ervas Marinhas. A data foi proclamada pela Assembleia Geral da ONU, em 2022, mas a comemoração é coordenada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
Segundo a agência, o mundo deve combater o declínio global desses ecossistemas que armazenam até 18% do carbono oceânico mundial. As ervas marinhas também são vitais para as metas de desenvolvimento sustentável e para um planeta saudável.
Ervas marinhas reduzem contaminação em frutos do mar
Elas são plantas com flores localizadas em águas rasas de litorais em todos os continentes, menos na Antártica.
A vegetação forma prados que proporcionam alimentos e sustentam algumas das maiores pescarias do mundo incluindo o bacalhau do Atlântico.
A resolução da Assembleia Geral pede aos países que promovam ações de conservação da vegetação que vai dos trópicos ao Círculo Polar Ártico cobrindo 0.1% do fundo do oceano.
Esses ecossistemas formam habitats complexos, altamente produtivos e biologicamente ricos, além disso fornecem alimentos e abrigos para milhares de espécies marinhas como tartarugas, peixes e cavalos marinhos.
As ervas marinhas melhoram a qualidade da água ao filtrar, reciclar e armazenar nutrientes e poluentes reduzindo assim a contaminação em frutos do mar.
Ecossistemas defendem populações costeiras de inundações
Elas são altamente eficientes como reservatórios de carbono e uma ferramenta natural e poderosa no combate à mudança climática. As ervas marinhas amortecem a acidificação do oceano e ajudam na resiliência de espécies mais vulneráveis como os recifes de corais.
Quem vive em áreas litorâneas tem nas ervas marinhas uma linha de defesa da costa. Através da redução da energia das ondas, elas protegem a população do risco crescente de cheias e tempestades.
Em todo o mundo, as ervas marinhas cobrem 300 mil km2. Os ecossistemas estão em 159 países em seis continentes, sendo um dos mais presentes em habitats costeiros.
Quase 30% desta vegetação se perdeu desde o século passado, e pelo menos 22 das 72 espécies de ervas marinhas do mundo estão em declínio.
Benefícios para ODS
A Unesco calcula que a restauração das pradarias de ervas marinhas pode ajudar os países a alcançar 26 dos indicadores e metas associados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
Apesar de uma tendência global de perdas das ervas marinhas, que vai de 2% a 7% por ano, algumas áreas estão conseguindo avanços. A recuperação desses ecossistemas ajuda a garantir segurança alimentar por meio da produção de peixes, protege os litorais da erosão e melhora o gerenciamento dos recursos marinhos.
Este texto foi originalmente publicado pela ONU News, de acordo com a licença CC BY-SA 4.0. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.