A ervilha-do-rosário, também conhecida por seu nome científico Abrus precatorius, é uma planta da família Fabaceae nativa da Índia e da Ásia tropical. Por ser uma planta ornamental, ela foi introduzida em áreas da Flórida e do Havaí e também pode ser encontrada em partes da África e da Austrália. No entanto, é considerada uma espécie invasora em áreas fora de sua escala nativa.
Caracterizada por suas sementes, a ervilha-do-rosário é comumente utilizada na confecção de joias e brinquedos. As sementes vermelhas com pontos pretos são usadas como miçangas em pulseiras, colares, rosários e outros objetos decorativos.
Entretanto, a ervilha-do-rosário é considerada umas das plantas mais tóxicas do planeta. Isso se dá através do ácido ábrico presente na espécie — uma toxina natural similar à ricina, toxina da mamona.
Acredita-se que uma concentração de apenas 0,00015% da toxina (equivalente a uma semente) por peso corporal pode causar fatalidade em humanos.
Além da confecção de bijuterias de miçanga, a ervilha-do-rosário possui diversos usos em diferentes culturas. Em partes da Ásia, por exemplo, pessoas usam a espécie como uma planta medicinal para tratar condições comuns como arranhões e feridas. No passado, tribos da África e da Ásia também usavam as sementes para tratar febre e malária.
Em sua área nativa, as raízes são usadas para induzir o aborto e aliviar o desconforto abdominal.
Entretanto, embora tenha um grande histórico de uso medicinal, existem poucas pesquisas que comprovam a eficácia da ervilha-do-rosário no contexto médico. Seu consumo, em qualquer instância, não é recomendado.
De fato, a toxicidade da ervilha-do-rosário é tão potente que existem pesquisas sobre seu possível uso no tratamento do câncer, matando células cancerígenas.
A ervilha-do-rosário é altamente tóxica a seres humanos e alguns animais, como gatos e cachorros.
De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o ácido ábrico funciona penetrando nas células células humanas, impedindo-as de produzir as proteínas que precisam. Sem essas proteínas, as células morrem, o que afeta o corpo inteiro e, consequentemente, levando à morte.
Esse impacto depende da quantidade e tipo de exposição à ervilha-do-rosário — se foi ingerida, inalada ou injetada.
O ácido ábrico está presente em todas as partes da ervilha-do-rosário, no entanto, ela não causa reação em humanos através do toque. Apenas a exposição da pele ao ácido ábrico em pó pode causar irritação e vermelhidão na cútis.
O consumo desta planta, por outro lado, é extremamente tóxico. A maior concentração da toxina está nas sementes da A. precatorius, que possuem uma camada externa dura em que o ácido fica guardado.
Os sinais e sintomas iniciais de intoxicação por ácido ábrico por inalação ou ingestão geralmente ocorrem dentro de 8 horas após a exposição. No entanto, os sintomas também podem demorar de 1 a 3 dias.
Após algumas horas da inalação de uma quantidade substancial da toxina, os principais sintomas são:
A partir do edema pulmonar, o indivíduo tem mais dificuldade para respirar, o que pode resultar na pressão arterial baixa e insuficiência respiratória, levando à morte.
No caso da ingestão da ervilha-do-rosário e ácido ábrico, o indivíduo pode apresentar:
Depois de alguns dias, o fígado, o baço e os rins da pessoa podem parar de funcionar, causando a morte. A morte por envenenamento por ácido ábrico pode ocorrer dentro de 36 a 72 horas após a exposição, dependendo da via de exposição e da dose recebida.
Não existe um antídoto para o envenenamento por ervilha-do-rosário. Portanto, evitar o contato com a planta é o mais indicado. Se a exposição não for evitada, procure auxílio médico imediatamente.
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