Você já imaginou se os dejetos sólidos que despejamos descarga abaixo fossem transformados em energia para o nosso próprio consumo doméstico? Na cidade de Didcot, no Reino Unido, essa possibilidade deixou o estágio da imaginação e passou a fazer parte da realidade da população, conforme apuraram os pesquisadores da Plataforma de Cidades Sustentáveis.
O programa tem como objetivo dar um destino correto aos dejetos humanos e, ao mesmo tempo, suprir a necessidade energética para aquecimento. Atualmente, mais de 200 casas utilizam esta energia para manter seus radiadores de calefação (aquecedores) funcionando.
A produção da energia do biogás é derivada do metano, o gás que resulta da decomposição anaeróbia de tais compostos. Uma das vantagens de tal processo é destinar o metano, gás-estufa cujo efeito é 23 vezes mais impactante ao meio ambiente do que o dióxido de carbono (CO2), à uma atividade doméstica (aquecimento), além de gerar mais economia nas contas de energia.
O ponto inicial é a captação das fezes humanas através das descargas dadas nos banheiros das casas e que desembocam em uma estação especial de tratamento. Logo após a captação, os dejetos são depositados em um enorme tanque onde se torna possível separar a água limpa da suja, ambas derivadas das descargas. Há necessidade de certa quantidade de água para que o processo ocorra. O lodo restante no primeiro tanque é depositado em outro para que a fermentação anaeróbia possa ser feita, processo que dura algumas semanas.
A partir de então, resíduos sólidos restam e derivam deste processo. Tais resíduos são utilizados para produzir fertilizantes, que serão usados, por exemplo, em lavouras e plantações. Assim que o gás é liberado, este é coletado e distribuído nas residências, garantindo o funcionamento dos sistemas de calefação. Todo o processo deve levar em média 23 dias para ser concluído, desde o momento em que a descarga é dada até o momento em que o gás chega nas casas.
As instituições envolvidas na transformação dos dejetos em energia são a British Gas e a Prefeitura de Didcot, cidade com 627 mil habitantes (dados de 2005). Hoje, o município orgulha-se de ser o primeiro do Reino Unido a utilizar a chamada “energia a partir de dejetos”, fato que foi conquistado, na prática em 2010.
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