Esgoto, também chamado de água residual, é definido como os resíduos líquidos presentes em um curso d’água. Ele pode ser de origem industrial e doméstica, mas incorpora também a água da chuva e de infiltração. Esse conceito é definido a partir da norma NBR 9648, de 1986.
Antes da existência de um sistema de esgoto e saneamento, os dejetos humanos e os resíduos industriais eram despejados em fossas. Dessa forma, esses resíduos permaneciam no ambiente, em maior contato com a população. A transição para um sistema canalizado e com centrais de tratamento diminui a contaminação do meio ambiente e da população.
O tratamento do esgoto reduz a taxa de mortalidade e a disseminação de doenças. Esse foi o resultado observado por um estudo realizado na Holanda, que analisou as condições sanitárias da transição das fossas para o sistema de esgoto.
O estudo apontou uma redução de 50 a 70% da disseminação de doenças infecciosas, como a tuberculose. Outras doenças infecciosas que tiveram essa diminuição foram a cólera, febre tifoide e disenteria.
Essa transição se iniciou no ano de 1840, e teve sua conclusão em 1930. Em seguida, uma série de legislações referentes à saúde pública foram elaboradas, como a Lei de Saúde Pública, em 1849. Com a implementação de legislações e normas, o sistema de esgoto passa a ser uma realidade nos países, tornando-se obrigatoriedade.
Um sistema de esgoto sanitário é definido como um agrupamento de equipamentos e instalações utilizados para dar o destino correto para o esgoto. Portanto, o sistema de esgoto atua desde a coleta do material até o local de tratamento.
O sistema adotado no Brasil é o separador absoluto, que aceita apenas o esgoto sanitário. Além disso, as instalações são incorporadas nas residências e ruas até a estação de tratamento (ETEs), garantindo a higiene e evitando o contato direto com pessoas.
Outro sistema existente é o sistema unitário, que demanda maiores investimentos e não tem controle da poluição hídrica. Apesar disso, é vantajoso em casos que as tubulações subterrâneas são necessárias e as ruas são estreitas para a canalização. Outro uso em que o sistema unitário pode ser favorável é na presença de águas da chuva com matéria orgânica das ruas.
O sistema de esgoto deve contemplar os aspectos sociais, econômicos e de higiene. Com isso, ele contribui para melhorar a qualidade de vida da população, prevenir doenças e aumentar a produtividade industrial. Por fim, o sistema deve contribuir para a preservação ambiental, impedindo a contaminação da água e do solo.
Um sistema de tratamento é composto por:
Saiba como funciona uma Estação de Tratamento de Esgoto no vídeo:
O sistema de esgoto deve ser constantemente monitorado para a manutenção, evitando a contaminação da água tratada e a sobrecarga de águas residuais. A manutenção evita a danificação do sistema, que pode levar a proliferação de doenças e a contaminação do solo e da água.
Apesar dos cuidados, o sistema de esgoto é responsável pela emissão de gases do efeito estufa, como o metano. O metano em excesso pode ser prejudicial para o sistema, pois em baixa pressão ele tem características explosivas.
Além disso, quando ele é liberado na atmosfera, contribui para o aquecimento global e para a perda da demanda química de oxigênio (DQO) – parâmetro de medição de matéria orgânica em corpos d’água.
Outro problema é a emissão de sulfeto de hidrogênio, que provoca problemas de saúde, odores desagradáveis e a corrosão da estação de tratamento.
Apesar de seus impactos negativos, o esgoto pode ser utilizado para a recuperação de um solo degradado. De acordo com um estudo, o lodo de esgoto pode ser manuseado em diversos tipos de solos para a sua recuperação.
Essa recuperação é possível em tanto em solos de Cerrado quanto de plantações de eucalipto e pastos para gado. Outro uso para o lodo do esgoto é como fertilizante para o cultivo agrícola, pois é um resíduo rico em matéria orgânica e não tóxico (quando de origem doméstica e não industrial).
Levando em conta os impactos negativos do sistema de esgoto, o banheiro seco pode ser uma alternativa sustentável. Banheiro seco consiste em um vaso sanitário que não usa água e lança os dejetos diretamente para o solo. Dessa forma, os dejetos podem servir como fertilizante da terra, substituindo agrotóxicos em plantações agrícolas.
Além disso, os banheiros secos não poluem corpos d’água com resíduos humanos, contribuindo para a sua preservação. Por fim, eles são um sistema de baixo custo, se tornando alternativa em locais que sofrem com escassez hídrica ou um saneamento básico ineficaz.
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