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Gonzalo Vecina Neto informa que as consequências podem ocasionar a volta de doenças erradicadas, como a poliomielite e a rubéola

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Por Jornal da USP | A baixa na taxa de imunização volta a acender o alerta para a proteção imunológica de crianças e adultos no País. Mesmo com um modelo eficiente, pautado nas campanhas de vacinação na televisão, rádio e outros veículos midiáticos, o professor da Faculdade de Saúde Pública e médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto explica que a baixa no orçamento destinado aos gastos com a comunicação das campanhas é uma das principais causas para a queda nas vacinações. 

O professor completa: “Antes havia uma campanha muito forte em rádio, televisão e jornal, para o chamamento de pessoas, período em que chegamos a vacinar 15 milhões de pessoas em um sábado”, dizendo ser necessário trocar o sistema “campanhista” que, para ele não é o mais adequado, a fim de institucionalizar a prática de vacinação. A atitude caracteriza a puericultura: o acompanhamento periódico que visa à proteção da saúde de crianças e adolescentes. 

O modelo campanhista promoveu, e ainda promove, a importância da vacinação, mesmo que longe do ideal. A campanha pela imunização da covid-19 é um exemplo, mas que desde o início teve auxílio da imprensa. Vecina salienta que a responsabilidade da conscientização é do governo federal, junto do Ministério da Saúde, e que, neste caso, “se houve algum sucesso, foi auxiliado pela imprensa, que conscientizou e comunicou a importância da vacinação, embora o Ministério possua por lei um programa que mobiliza a população brasileira a se vacinar”. 

Outros fatores

A queda da cobertura vacinal entre crianças encontra no negacionismo e na negligência fatores determinantes que ilustram a atual situação do Brasil. Por um lado, o negacionismo não apenas defende que os imunizantes não funcionam, como também fazem mal. Já a negligência se liga a fatores obstaculizantes, como o horário de funcionamento das UBS, além do desejo dos pais de conhecerem mais sobre a vacinação e de que ela será efetiva, por se sentirem pouco informados. 

O professor comenta ainda que algumas linhas de pensamento, que envolvem a homeopatia, defendem o “desenvolvimento imunológico” e que, justamente por isso, não seriam adeptas aos imunizantes: “Eles (adeptos de correntes filosóficas) dizem que as vacinas nos imunizam, fazendo com que nosso sistema imunológico não amadureça. Então, uma criança que não teve contato com as doenças que deveria ter perde maturidade do sistema imunológico”. 

O alerta da queda na vacinação é mundial e, para reverter isso, “é preciso pensar em alternativas”, a fim de evitar casos como a suspeita de poliomielite no Estado do Pará. O professor comenta que o risco de uma doença erradicada voltar a surgir é um importante alerta, mas que doenças como a rubéola e o sarampo podem ocasionar casos mais graves. Ele finaliza dizendo que “a vacinação é a proteção não somente de crianças, como da sociedade”.

Este texto foi originalmente publicado por Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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