A situação da contaminação da água na cidade norte-americana de Flint, Michigan, por chumbo é uma questão de direitos humanos, segundo um grupo de especialistas das Nações Unidas que encorajou os Estados Unidos a proteger os direitos das crianças e da população mais exposta à poluição por químicos tóxicos no país, pedindo a restauração do fornecimento seguro e permanente de água.
“Nenhum pai deveria ter de passar pelo tormento mental que irá assombrar os de Flint, e nenhuma criança deveria ter negado seu direito ao mais alto padrão de saúde física e mental”, disseram no início de março especialistas em detritos perigosos, saúde, água e saneamento, povos indígenas, minorias e racismo.
Apesar de elogios ao presidente Barack Obama por ter declarado estado de emergência federal para acelerar a distribuição de água engarrafada e filtros em Flint, disseram que “muito mais precisa ser feito para proteger aqueles que vivem em situações vulneráveis e para restaurar o fornecimento seguro e permanente de água”.
Esses passos incluem a ratificação sem reservas pelo governo dos Estados Unidos de uma Convenção sobre os Direitos da Criança e o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, entre outros.
A população de Flint é formada em sua maior parte por negros, e muitos moradores vivem abaixo da linha da pobreza. Isso fez as atenções internacionais se voltarem à ameaça tóxica enfrentada por crianças, particularmente de minorias e comunidades pobres.
Os especialistas notaram que o chumbo é apenas um dos muitos químicos tóxicos aos quais os moradores dessas comunidades são desproporcionalmente expostos.
Citando um estudo recente segundo o qual os grupos minorizados estadunidenses representam quase a metade da população vivendo perto de potenciais fontes de emissões tóxicas, os especialistas disseram que 1,6 milhão de crianças menores de cinco anos vivem em áreas de risco onde estão particularmente expostas a químicos tóxicos.
Aproximadamente o dobro de crianças negras no país registra alto nível de chumbo no sangue quando comparado às crianças brancas, com 5,6% e 2,4%, respectivamente.
Fonte: ONUBr
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