Os especialistas são pessoas que têm conhecimento especializado em certo assunto. O ser humano, apesar de grande capacidade mental e inteligência, não consegue ser especialista em todos os assuntos que existem. Por isso, existe a divisão do trabalho cognitivo, onde cada pessoa se propõe em se especializar em um campo específico do conhecimento.
A resposta é simples, uma pessoa sozinha não consegue ter conhecimento sobre todas as profissões e conceitos que existem no mundo. Para isso, é preciso que um indivíduo estude medicina, por exemplo, e se dedique para virar um especialista no assunto, para então, cuidar de outras pessoas. O mesmo acontece com advogados, jornalistas, biólogos e outros profissionais.
A divisão do trabalho cognitivo ajuda na criação de especialistas e permite que exista uma variedade rica e complexa de sociedade e culturas. Mesmo que um advogado saiba um pouco sobre biologia, um pesquisador da área certamente vai saber mais, por passar mais tempo de sua vida se dedicando ao assunto.
Desta forma, sempre que a humanidade precisar de uma informação especializada sobre certo tema, ela pode contar com os especialistas. Um exemplo é a pandemia da Covid-19, que, por ser desconhecida, foi preciso a união de diversos especialistas em infectologia para entender o que estava acontecendo e quais os impactos desse evento.
Existe um termo chamado “confiança epistemológica”, situação onde uma pessoa confia em outra por aceitar que ela é uma fonte de autoridade no assunto, e que sabe mais do que um indivíduo comum. Essa confiança epistemológica é usada em vários âmbitos sociais, principalmente na tomada de decisões políticas e ambientais.
Especialistas que trabalham para entender este tipo de confiança afirmam que existem três fatores usados para determinar se um perito é confiável ou não. Eles são:
Um estudo realizado na Alemanha, com mais de 900 voluntários, mostrou que a confiança em especialistas aumentou depois da pandemia da Covid-19. Isso aconteceu principalmente devido a pressupostos positivos sobre os cientistas e sua inteligência na área de estudo.
Além disso, a pesquisa mostrou que as pessoas deixavam de confiar em especialistas quando achavam que sua benevolência estava abalada. Para essas pessoas, esse fator se mostra porque estudiosos dependem de fundos para a pesquisa, que podem ser influenciados por intuitos ideológicos ou políticos.
Os pesquisadores recomendaram, em estudo, que os especialistas trabalhem sua comunicação e enfatizem as boas intenções, valores e a independência desses profissionais. Desta forma, mantendo a relação de confiança com a sociedade.
Acredita-se que a falta de confiança de algumas pessoas pode ser explicada pelo mecanismo de repugnância humana. Esse mecanismo faz parte do psicológico do ser humano desde a antiguidade, quando ele começou a diferenciar a comida ruim da boa na hora de se alimentar.
Desta forma, de acordo com a hipótese, o mesmo acontece com a confiança das pessoas. Se o julgamento moral e as crenças sobre a ideologia de alguém forem negativos, pode ser que o indivíduo desenvolva aversão às informações providas por certos especialistas.
Por exemplo, se um indivíduo acredita em uma figura de poder específica, e odeia um grupo de pessoas por esse motivo e ele descobrir que esse grupo defende fatos propagados por alguns especialistas, então talvez ele não queira acreditar nessas informações científicas.
O ser humano não é perfeito, e nem detém todas as informações do mundo. Por isso, às vezes, especialistas não têm a resposta para um evento que aconteceu ou está acontecendo. Apesar da sociedade propagar que especialistas sabem de tudo, algumas vezes eles ainda precisam estudar mais a respeito de determinado assunto dentro da sua área de conhecimento.
Estudos apontam que, na verdade, as pessoas não deixam de confiar em especialistas quando eles afirmam não saber de algo. Pelo contrário, esse fator traz mais confiança ao profissional do que se ele mostrasse uma confiança inabalável e afirmasse saber de tudo.
Isso acontece porque as pessoas sentem mais confiança em alguém que admite seus defeitos, do que em alguém que exibe uma falsa certeza. Desta forma, os especialistas precisam adotar posições mais humanas diante a sociedade, assumindo que nem sempre acertam ou sabem de tudo, afinal, também são pessoas normais.
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