Espécie-bandeira (flagship species, em inglês) é um termo utilizado para se referir às espécies escolhidas para representar causas ambientais. No geral, elas podem servir para conscientizar pessoas de sua própria conservação ou de seu ecossistema inteiro. Após serem selecionadas, essas espécies tornam-se símbolos de uma determinada campanha de defesa do meio ambiente.
As espécies costumam ser escolhidas pela sua atratividade, vulnerabilidade e carisma junto ao público, de forma a conseguir reconhecimento e apoio financeiro de grande parte da população, engajando-a na conservação ambiental.
Não existe uma regra ou metodologia específica para a escolha de espécies-bandeira. No entanto, pesquisas sugerem que a opinião pública leva em conta três fatores principais para a definição de sua preferência por determinadas espécies: a aparência e os conhecimentos prévios associados à sua existência e vulnerabilidade ou importância ecológica.
De acordo com estudo realizado na Suíça, as borboletas são as espécies mais carismáticas que existem. Enquanto aves e grandes mamíferos ocupam as posições seguintes, respectivamente.
Biologia da Conservação é uma área interdisciplinar que possui a função de “proteger espécies, seus habitats e ecossistemas das excessivas taxas de extinção e de erosão, das interações entre os seres vivos”. Sendo assim, ela surgiu como resposta à crise atual da biodiversidade para entender os efeitos das atividades humanas sobre as espécies, comunidades e ecossistemas e, assim, desenvolver abordagens práticas que previnam a extinção de outras espécies.
No entanto, é inviável desenvolver projetos de conservação para todas as espécies existentes. Por isso, existem diversas estratégias utilizadas que permitem chamar a atenção para conservar as espécies de uma determinada área, como a seleção de espécies-bandeira.
Um dos exemplos mais conhecidos de espécie-bandeira é o urso panda (Ailuropoda melanoleuca) da China, símbolo mundial de conservação de diversas espécies e ecossistemas e rosto da WWF (World Wide Fund for Nature). Já no Brasil, existem vários exemplos emblemáticos de espécies-bandeira, como:
Além delas, várias espécies de tartarugas marinhas também são consideradas espécies-bandeira tanto no Brasil como em outras partes do mundo, ajudando a disseminar a mensagem conservacionista para a população.
Vale ressaltar que as espécies-bandeira também funcionam como espécies guarda-chuva (umbrella species, em inglês). Embora estejam relacionados, esses conceitos são distintos e não devem ser confundidos. Em resumo, as espécies-bandeira servem para atrair a atenção da população, enquanto as espécies guarda-chuva pretendem proteger espécies e ecossistemas inteiros, já que requerem áreas bastante extensas.
Por fim, o conceito de espécie-bandeira apresenta limitações com relação ao desvio de prioridades. Ao priorizar sua conservação, outras espécies que correm maior risco, mas que não são tão populares, podem não ser contempladas em projetos e programas de conservação da biodiversidade.
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