Saiba o que são espécies indicadoras e para que elas servem

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Espécies indicadoras são aquelas cujas características indicam a existência de determinadas condições no ambiente em que ocorrem. Elas costumam ser utilizadas para apontar amplitudes dos tipos de influências antrópicas, dar pistas de mudanças populacionais em outras espécies, localizar áreas de elevada biodiversidade ou servir como “proteção” para os requerimentos de espécies simpátricas (que ocorrem na mesma área geográfica).

Vale ressaltar que o termo “bioindicador” pode ser utilizado para se referir às espécies indicadoras.

O que são bioindicadores?

Bioindicadores são espécies, grupos de espécies ou comunidades cuja presença, abundância e condições são indicativos biológicos de uma determinada condição ambiental. Eles servem para analisar um determinado fator antrópico ou um fator natural com potencial impactante, representando importante ferramenta na avaliação da integridade ecológica.

Os bioindicadores permitem avaliar a qualidade do meio ambiente e ajudam a perceber as consequências das intervenções humanas na natureza. Sendo assim, a ação desses organismos pode ser utilizada para diminuir e controlar os impactos negativos decorrentes das atividades antrópicas nos ecossistemas.

Na agricultura, por exemplo, o monitoramento das pragas nas plantações pode ser facilitado por meio da utilização de certos bioindicadores. Além disso, as análises microbiológicas também são fundamentais para o controle de qualidade de produtos agrícolas. Assim, é possível atender às exigências e padrões da indústria alimentícia, sem deixar de lado a segurança alimentar e o equilíbrio ambiental.

Para saber mais sobre esse tema, acesse a matéria “O que são bioindicadores?”.

Quais espécies podem atuar como indicadoras?

Em geral, as espécies indicadoras devem possuir tolerâncias ambientais moderadas, já que grupos muito sensíveis ou muito tolerantes não são capazes de refletir a resposta das outras espécies presentes no local.

Porém, isso não é uma regra. Comunidades inteiras compostas por organismos com as mais variadas tolerâncias ambientais também podem ser usadas como indicadores de qualidade ambiental. Em suma, bons indicadores devem ter a capacidade de fornecer respostas mensuráveis e que reflitam a condição geral da população, bem como de reagir ao grau de perturbação de forma proporcional. Além disso, eles devem ser abundantes, comuns e bem estudados.

Exemplos de espécies indicadoras

Diversas espécies podem ser utilizadas no estudo da qualidade de um ambiente. Um exemplo são as trutas da espécie Oncorhynchus clarkii, que habitam riachos de águas frias nos Estados Unidos. Indivíduos dessa espécie toleram temperaturas máximas entre 20 ºC e 25 ºC. Acima dessa faixa, eles produzem uma proteína que protege as funções vitais celulares do estresse térmico.

A quantidade dessa proteína pode ser usada para medir quanto o ambiente foi alterado, já que o aumento da temperatura da água nesses riachos está relacionado à diversas atividades humanas, como pastoreio, queimadas e desmatamento.

Macroinvertebrados também são bastante usados como espécies indicadoras de qualidade de água por serem sésseis ou de pouca mobilidade, possuírem ciclos de vida longos e serem sensíveis a diferentes concentrações de poluentes. Os liquens, por sua vez, são extremamente sensíveis à poluição atmosférica, sendo considerados bons indicadores da qualidade do ar.

Mesmo a presença ou a abundância de determinadas espécies em um ambiente podem ser um indicativo de sua qualidade. As chamadas aves cinegéticas, pertencentes às famílias Tinamidae, Cracidae, Columbidae e Anatidae, podem ser citadas como exemplo. Elas apresentam grande porte, possuem voo limitado e nidificam no chão, sendo consideradas alvos fáceis para caçadores.

Se essas aves são abundantes em uma área, é um bom indicativo de que a pressão de caça não é intensa na região. Por fim, outras espécies de mamíferos, borboletas e plantas podem ser indicativos da qualidade de preservação de florestas.

Julia Azevedo

Sou graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e apaixonada por temas relacionados ao meio ambiente, sustentabilidade, energia, empreendedorismo e inovação.

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