Espécies introduzidas ou exóticas são “espécies que ocorrem em uma área fora de seu limite natural historicamente conhecido, como resultado da dispersão acidental ou intencional através de atividades humanas”, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Quando essas espécies oferecem ameaças às espécies nativas ou aos seres humanos, elas passam a ser chamadas de espécies invasoras.
A adaptação às condições do local no qual se inseriu, a ausência de predadores e a degradação são os principais fatores que levam uma espécie introduzida a se tornar invasora, competindo com as espécies nativas por recursos e causando um grande impacto à comunidade. A invasão de animais e plantas exóticos é considerada a segunda maior ameaça às espécies nativas, resultando em declínios populacionais e até extinção de espécies.
Um estudo publicado na Global Change Biology aponta que o número de espécies introduzidas pode sofrer um aumento de 36% em todo o mundo até 2050.
As maneiras pelas quais as espécies introduzidas chegam e se instalam em novos locais podem ser diversas, como resultado da dispersão acidental ou intencional através de atividades humanas. Sabe-se que habitats alterados pela ação humana e de climas quentes são mais propensos à instalação dessas espécies do que habitats conservados, por exemplo.
As espécies invasoras, no entanto, podem se instalar de três maneiras diferentes:
Muitas espécies introduzidas podem ser aceitas pela comunidade sem causar efeitos drásticos. Entretanto, se começam a se proliferar sem controle e ameaçar outras espécies e ecossistemas, elas passam a ser consideradas espécies invasoras. Isso acontece porque em locais onde não ocorrem de forma natural, espécies não encontram competidores ou predadores naturais, o que facilita sua ocupação e multiplicação e ameaça a permanência de espécies nativas.
A invasão por espécies exóticas pode ser tão grave, que é considerada a segunda principal causa da perda de biodiversidade em todo o mundo. Existem diversas espécies invasoras que vêm causando impactos sobre a riqueza sul-americana. A introdução de várias espécies de Pinus em países sul-americanos gerou diversos impactos, como alterações nas propriedades do solo e na composição de comunidades de plantas e animais.
Outro exemplo de espécie invasora é a lebre-europeia, espécie nativa da Europa que foi introduzida na América do Sul para a caça esportiva. Desde que chegou ao Brasil, a espécie vem ampliando sua distribuição, por causa de seu alto potencial reprodutivo e flexibilidade ecológica. Consequentemente, ela vem causando danos à agricultura e colocando espécies da fauna local em risco.
Comumente são usadas fronteiras políticas para determinar se uma espécie é nativa ou introduzida, mas nem sempre elas coincidem com as distribuições das espécies. No seu próprio país de origem, uma espécie pode ser considerada exótica caso seja introduzida em um ecossistema no qual não ocorria naturalmente.
A melhor maneira de prevenção é impedir a introdução da espécie. Como em muitos casos esse é um procedimento inviável, especialmente nos casos de introdução acidental, outros meios de se controlar podem ser aplicados. Em primeiro lugar, a detecção de espécies que possuem grande potencial de se tornar invasoras é essencial.
Com isso, as espécies podem ser analisadas e ter sua dispersão controlada. Alguns fatores que ajudam nessa detecção são: quanto maior a população inicial da espécie em questão e quanto maior a tolerância a diferentes tipos de clima, maior a chance de se tornar invasora.
Em segundo lugar, no caso de espécie invasora já instalada, sua erradicação é recomendável, porém, isso nem sempre é possível. É necessário estudar o custo-benefício desse processo, pois muitas vezes eles são caros e precisam de muito tempo, ou que podem causar ainda mais danos ao ambiente. No caso de impossibilidade de erradicação, o controle sobre a espécie é a única solução a ser aplicada.
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