As esponjas marinhas são animais multicelulares que fazem parte do filo dos poríferos. Elas não possuem sistema nervoso e musculatura e também não se movimentam. Além disso, as esponjas são essenciais para o equilíbrio de ecossistemas marinhos, como os recifes de corais.
Graças aos avanços científicos, é possível conhecer cada vez mais suas características, especificidades e importância. Estudos estimam que existam mais de 8 mil espécies de esponjas nos oceanos.
As esponjas são animais marinhos antigos, muito comuns em todos os oceanos do mundo e parecem menos afetados pelo aquecimento global e acidificação dos oceanos. Uma pesquisa mostrou que elas também podem sobreviver a baixos níveis de oxigênio.
Esta é uma descoberta surpreendente porque a maioria das esponjas raramente é exposta a baixos níveis de oxigênio nos mares. Nesse sentido, especialistas propõem que essa tolerância é resultado de sua longa história evolutiva e exposição a concentrações variáveis de oxigênio ao longo do tempo geológico.
À medida que nossos oceanos continuam a aquecer devido às mudanças climáticas, espera-se que eles retenham menos oxigênio. A capacidade das esponjas de sobreviver a condições de baixo oxigênio significa que elas provavelmente tolerarão esses possíveis ambientes futuros melhor do que outros organismos que vivem no fundo do mar.
Algumas espécies de esponjas demonstraram ser muito tolerantes aos estressores das mudanças climáticas, particularmente a mudança de temperatura e acidez (medida como pH). Isso significa que as esponjas podem ser futuras vencedoras na mudança dos oceanos.
As esponjas possuem ramificações e não se movimentam. Por conta disso, foram consideradas como plantas por muito tempo. Somente em 1765, depois de muitas observações, foi confirmado que as esponjas são animais e com características muito diferentes de outras espécies.
Esses poríferos podem ter diferentes aparências. Algumas esponjas são espessas, semelhantes às árvores e se parecem com dedos. Outras formam finas incrustações ou se parecem com almofadas. Há também algumas espécies que são esféricas e outras que são eretas e cilíndricas.
Sua cor também é variável. Esponjas de águas profundas geralmente apresentam uma cor neutra ou acastanhada. Já as esponjas de águas rasas são mais coloridas, apresentando cores como vermelho, amarelo, laranja, violeta e mais ocasionalmente preto.
Esses poríferos podem viver por centenas de anos. Para algumas espécies, 600 anos é um número comum. Mas já foi encontrada uma esponja marinha com cerca de 2 mil anos de existência. A maioria das esponjas mede apenas alguns centímetros. Algumas espécies sem forma podem ter menos de um centímetro.
Outras esponjas em formato de vasos, tubos ou galhos podem ter de um a dois metros de altura. Esponjas da espécie Xestospongia muta podem chegar até três metros. Em suma, o tamanho pode variar com a idade, as condições ambientais e o suprimento alimentar.
Os poríferos são animais filtradores que utilizam como alimento partículas suspensas na água, como bactérias e micro-organismos e partículas de detritos orgânicos. Há algumas espécies, como as esponjas Cladorhizidae, que se alimentam de pequenos crustáceos.
Como elas não podem se mover, precisam se sustentar sem sair do lugar. Para isso, as esponjas colaboram com os micro-organismos, produzindo uma enorme variedade de compostos químicos. Por meio desses compostos, elas também garantem que não são tão boas para serem consumidas e, assim, afastam parasitas.
A cada ano, estima-se que os pesquisadores isolam pelo menos 200 novas substâncias produzidas por esses poríferos. Essa produção é influenciada por diversos fatores, como temperatura e acidez da água. Em um estudo sobre a espécie Xestospongia muta, foi possível perceber que quanto mais velha a esponja mais rápida a taxa de divisão celular.
As esponjas são fundamentais para os ecossistemas, por exemplo, o dos recifes de corais. Elas podem afetar a qualidade da água no recife, à medida que a filtram, coletam bactérias e processam carbono, nitrogênio e fósforo.
Em recifes de corais pobres em nutrientes, algumas espécies de esponja podem tornar o carbono biologicamente disponível excretando uma espécie de fezes de esponja das quais outros organismos se alimentam.
Acredita-se que elas também constituam um sumidouro de silício e atuem como fonte líquida de partículas e compostos de nitrogênio que podem alimentar comunidades microbianas e de invertebrados no fundo do mar. Com tudo isso, as esponjas protegem o recife e beneficiam a sobrevivência de outros organismos.
Sabe-se que as esponjas são organismos antigos, mas fósseis de 890 milhões de anos encontrados recentemente mudaram essa concepção. A maioria dos principais grupos de animais, incluindo artrópodes e vermes, aparecem pela primeira vez no registro fóssil durante um período conhecido como explosão cambriana, 540 milhões de anos atrás. Mas se os fósseis recém-descritos são de fato esponjas, eles teriam existido quase 300 milhões de anos antes, adiando significativamente a data dos primeiros animais conhecidos da Terra.
Se os ancestrais das esponjas modernas têm cerca de 900 milhões de anos, eles teriam evoluído e sobrevivido durante a glaciação Marinoana, 657-645 milhões de anos atrás, quando os oceanos eram extremamente baixos em oxigênio. Eles também provavelmente experimentaram grandes flutuações em outras condições ambientais, como pH, temperatura e salinidade ao longo do tempo evolutivo.
Como resposta ao baixo oxigênio, as esponjas apresentaram uma série de mudanças estruturais e de forma, provavelmente maximizando sua capacidade de absorver oxigênio nesses níveis baixos. Essa descoberta oferece mais suporte à ideia de que as esponjas serão as sobreviventes se nossos oceanos continuarem a aquecer.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais