Esquizofrenia é uma doença psiquiátrica que afeta o modo de agir, pensar e sentir da pessoa. Ela é caracterizada como um transtorno psicótico crônico, sem cura, de episódios de delírio e alucinação.
A esquizofrenia é um distúrbio raro, mas seu diagnóstico também é complexo, o que torna impreciso o número de pessoas afetadas pela doença no mundo. Ela costuma aparecer no fim da adolescência ou no começo da vida adulta. Os sintomas tendem a aparecer mais cedo em homens do que em mulheres.
Embora não haja cura, a esquizofrenia pode ser tratada com medicamentos antipsicóticos que auxiliam no controle dos sintomas.
Os sintomas da esquizofrenia são divididos em dois grupos: sintomas negativos, que são aqueles que apresentam uma perda ou diminuição das funções normais, e sintomas positivos, que são aqueles que apresentam um traço psicótico, sendo uma exacerbação dessas funções.
Entre os sintomas negativos, estão:
Entre os sintomas positivos, estão:
Não se sabe ao certo o que causa a esquizofrenia, porém alguns fatores podem determinar se alguém tem mais chances de desenvolver o distúrbio. Também é possível, por meio do conhecimento desses fatores, evitar a manifestação dos sintomas nas pessoas mais suscetíveis à doença.
Um dos principais fatores de risco é a genética. Pessoas com pais, irmãos ou outros parentes próximos com esquizofrenia têm mais chances de desenvolver a doença.
No entanto, um estudo com gêmeos mostrou que há outros fatores em jogo. Pesquisadores descobriram que se um gêmeo idêntico tem a doença, o outro tem 50% de chance de desenvolvê-la. Já com gêmeos não idênticos, a chance cai para 12,5%.
Outro possível fator são mudanças estruturais no cérebro, embora elas não estejam presentes em todas as pessoas com esquizofrenia. Em um estudo, por exemplo, a relação entre a estrutura capilar e de neurônios no cérebro de pessoas com esquizofrenia foi capaz de apontar para anormalidades neurovasculares.
Além disso, há também a desregulação nos níveis de neurotransmissores, responsáveis pela comunicação entre as células cerebrais. Um estudo mostrou que a dopamina pode estimular excessivamente o cérebro, causando os sintomas da esquizofrenia. Outro neurotransmissor ligado ao distúrbio é o glutamato, embora ainda haja poucos estudos sobre isso.
Fatores ambientais também influenciam no desenvolvimento da esquizofrenia, como complicações durante a gravidez ou parto. Além disso, algumas pessoas relataram ter episódios de alucinação ligados a traumas de infância, como abuso ou negligência. Testemunhar a morte ou o divórcio dos pais enquanto criança também é um fator decisivo no desenvolvimento da esquizofrenia.
Por fim, o uso de drogas, como maconha, LSD, cocaína e anfetamina, não causa esquizofrenia. Porém, um estudo apontou para o potencial que essas drogas têm de estimular o aparecimento dos sintomas de esquizofrenia nas pessoas mais suscetíveis ao distúrbio.
O diagnóstico da esquizofrenia é feito com base no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5). Assim, a pessoa precisa apresentar pelo menos dois desses cinco sintomas:
Entre os dois sintomas que a pessoa pode apresentar, um deles precisa obrigatoriamente ser: delírios, alucinações ou fala desorganizada.
A pessoa também deve apresentar dificuldade para interagir socialmente na escola ou no ambiente de trabalho, ou para realizar tarefas diárias. Os sintomas devem persistir por seis meses e não devem estar relacionados a outras condições de saúde, uso de substâncias ou medicamentos.
Nas edições anteriores do DSM, a esquizofrenia era dividida em subtipos que eram, então, diagnosticados separadamente. No entanto, isso nem sempre funcionava, já que muitas vezes a pessoa apresentava sintomas de diferentes subtipos. Assim, o DSM-5 não conta mais com essas divisões, e os subtipos da esquizofrenia só são utilizados para facilitar o diagnóstico geral da doença.
A esquizofrenia paranoide costumava ser a mais comum, até que, em 2013, a Associação Americana de Psiquiatria incluiu a paranoia como um sintoma positivo da esquizofrenia. Assim, ela já não é um tipo isolado, mas a nomenclatura ainda é usada por se tratar de um grupo de sintomas muito comum em pessoas com o distúrbio.
Ela é caracterizada pela dificuldade de distinguir entre realidade e fantasia. Seus sintomas incluem: delírios, alucinações, fala desorganizada, dificuldade em se concentrar, desvios de comportamento (como riso ou choro excessivo em momentos inapropriados e impulsividade) e embotamento afetivo (dificuldade de demonstrar emoções).
A esquizofrenia hebefrênica, ou desorganizada, apresenta os seguintes sintomas: embotamento afetivo, distúrbios de fala, pensamento desorganizado, reações emocionais e faciais inapropriadas e dificuldade com tarefas diárias. Ela se distingue da paranoide por não incluir delírios e/ou alucinações.
Nas edições anteriores do DSM, a esquizofrenia catatônica aparecia como um subtipo de esquizofrenia. No entanto, recentemente se discute se a catatonia deveria ser classificada como um especificador. Isso porque ela ocorre em outros distúrbios psiquiátricos e condições clínicas gerais.
Ela é caracterizada pela imobilidade do paciente, podendo também apresentar outros sintomas, como: ecopraxia (repetição por imitação dos movimentos de outra pessoa), mudez e estupor.
É o termo utilizado para quando a pessoa apresenta sintomas relacionados a mais de um tipo de esquizofrenia. Com o novo critério de diagnóstico, isso apenas aponta para a presença de uma variedade de sintomas.
Esse termo é utilizado para descrever a pessoa diagnosticada com esquizofrenia, mas que, com o tempo, apresentou uma diminuição na maioria dos sintomas do distúrbio. Assim, há a presença proeminente dos sintomas negativos: embotamento afetivo, dificuldades psicomotoras, fala lenta e pouca higiene.
O tratamento da esquizofrenia pode auxiliar na diminuição dos sintomas, prevenir episódios graves e possíveis hospitalizações.
Ao procurar orientação médica, podem ser prescritos medicamentos antipsicóticos. Caso a pessoa não responda bem a esses medicamentos, a terapia eletroconvulsiva (ECT) pode ser indicada.
A psicoterapia é recomendada para tratar sintomas de ansiedade e/ou depressão comuns em pessoas com esquizofrenia. Ela também se mostra eficaz no desenvolvimento de habilidades sociais.
Outro tratamento indicado é a terapia familiar, que auxilia os parentes a entenderem o distúrbio e a apoiarem a pessoa com esquizofrenia.
Alguns tratamentos alternativos também se mostraram eficazes em combater os sintomas da doença. Esses tratamentos focam na suplementação vitamínica e na dieta, já que alguns estudos mostraram uma correlação entre esquizofrenia e alimentação. Um estudo sobre a dieta sem glúten, por exemplo, mostrou bons resultados em pessoas com o distúrbio.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais