Estados Unidos removem barragem para salvar espécies de salmão ameaçadas de extinção

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Um plano foi aprovado nos Estados Unidos para a demolição de quatro represas no rio Klamath, na divisa da Califórnia e Oregon. A votação unânime pela Comissão Reguladora Federal de Energia americana busca restaurar o habitat para peixes ameaçados de extinção e marca a maior remoção de represas da história do país. 

Acredita-se que o projeto tem a capacidade de melhorar a saúde do rio, que é essencial para a sobrevivência do salmão Chinook — que percorre o Oceano Pacífico até seus locais de desova. 

Embora tenha sido aprovado recentemente, o projeto é visualizado por anos por ambientalistas e tribos indígenas americanas, que dependem do rio Klamath e de seus peixes. Essa sobrevivência, contudo, foi ameaçada pela implementação das represas decorrente da demanda para eletrificação rural no século XX.

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Por outro lado, outros fatores ambientais contribuíram para o desaparecimento da espécie de salmão, como as mudanças climáticas e as secas derivadas de seus efeitos. Em geral, o aquecimento do rio e a aparição de parasitas dificultou a sobrevivência dos peixes locais. 

Esses e outros fatores evidenciam os impactos da produção de energia hidrelétrica nos Estados Unidos e no mundo todo. Embora uma fonte de energia renovável, as instalações hidrelétricas podem comprometer o meio ambiente e comunidades locais das áreas utilizadas. 

Com o plano, mais de 483 quilômetros do habitat de peixes no rio Klamath serão beneficiados. 

Além disso, a demolição segue uma série de outros projetos que tem o objetivo de remover represas antigas. Até fevereiro deste ano, 1.951 represas foram demolidas nos Estados Unidos, incluindo 57 só em 2021. 

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A proposta de demolição custa ao todo cerca de 500 milhões de dólares, mas será custeada pela empresa PacifiCorp, que usa a represa para suprir a eletricidade de cerca de 70 mil casas — equivalente a 2% de seus consumidores. 

A PacifiCorp contribuiu com 200 milhões de dólares para o processo, valor que deriva de uma sobretaxa de seus clientes. O resto do valor, de aproximadamente 250 milhões de dólares, derivará do próprio estado da Califórnia, como foi planejado na votação inicial do projeto. 

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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