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Com os reservatórios das hidrelétricas em níveis críticos devido à estiagem prolongada, o sistema elétrico nacional recorre a usinas termelétricas, cujos custos são significativamente mais elevados

Na última semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a bandeira tarifária para o mês de setembro, impondo uma taxa extra nas contas de luz para cobrir os custos da geração de energia em momentos de escassez de chuvas. A bandeira escolhida para o mês é a “vermelha patamar 2”, a mais alta na escala da agência, o que reflete a gravidade da situação hídrica no país. Com os reservatórios das hidrelétricas em níveis críticos devido à estiagem prolongada, o sistema elétrico nacional recorre a usinas termelétricas, cujos custos são significativamente mais elevados, encarecendo a fatura de energia para os consumidores.

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Nos últimos meses, especialistas já vinham alertando sobre a severidade da estiagem que afeta o país. A escassez de chuvas reduziu drasticamente o nível dos reservatórios das hidrelétricas, que são a principal fonte de energia do Brasil. A incapacidade de gerar energia suficiente fez com que o sistema elétrico nacional recorresse às usinas termelétricas, que utilizam combustíveis fósseis, como carvão, gás natural e diesel, fontes mais poluentes e caras do que a energia hidrelétrica.

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Além da seca, o país tem enfrentado uma onda de incêndios florestais sem precedentes. Esses incêndios, muitas vezes provocados para abrir espaço para o agronegócio, têm um impacto direto no setor energético. As queimadas em áreas próximas às linhas de transmissão podem causar interrupções no fornecimento de energia, como o apagão que recentemente atingiu os estados do Acre, Rondônia e Roraima. E, à medida que o calor aumenta, mais energia é demandada pelos consumidores, sobrecarregando ainda mais o sistema.

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A combinação de estiagem, incêndios e aumento da demanda por energia cria um cenário desafiador para o setor elétrico, forçando a utilização de fontes mais caras. Com as termelétricas em operação, o custo de geração de energia aumenta, o que se reflete diretamente nas tarifas. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já havia sinalizado que a situação dos reservatórios indicaria a necessidade de acionamento da bandeira vermelha, resultando em um custo extra nas contas de luz.

Outro fator relevante são os apagões em grandes centros urbanos, como o ocorrido em São Paulo e Guarulhos no final de agosto, resultado de sobrecarga no sistema. Além disso, está programado para este mês de setembro um segundo leilão de linhas de transmissão, previsto para o dia 27, o que pode vulnerabilizar ainda mais a segurança energética.

A crise energética brasileira, impulsionada pela estiagem e incêndios, evidencia a vulnerabilidade do sistema elétrico e a importância de encontrar soluções que conciliem sustentabilidade e eficiência, reduzindo o impacto ambiental e os custos para a população.

Como as queimadas agravam a redução dos níveis dos reservatórios?

As queimadas afetam os níveis dos reservatórios das hidrelétricas de várias maneiras indiretas, embora não diretamente através da evaporação das águas. Elas frequentemente resultam no desmatamento de áreas ao redor dos rios e nascentes. Sem a cobertura vegetal, o solo fica mais exposto e sujeito à erosão. O material erodido, como sedimentos e cinzas, pode ser carregado para os cursos d’água e acabar assoreando os reservatórios. O assoreamento reduz a capacidade de armazenamento dos reservatórios e afeta sua eficiência.

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As áreas queimadas perdem a capacidade de absorver e reter água. Quando a vegetação é destruída, o solo se torna menos permeável, o que diminui a infiltração de água no solo e reduz a recarga de lençóis freáticos e nascentes que alimentam os reservatórios. Queimadas intensas podem elevar a temperatura do ar e, consequentemente, da água nos corpos d’água. A água mais quente evapora mais rapidamente, reduzindo o volume disponível nos reservatórios.

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A destruição da vegetação afeta o ciclo hidrológico local. Sem a vegetação, há menos transpiração (o processo pelo qual a água é liberada das plantas para a atmosfera), o que altera a quantidade de água que retorna à atmosfera e, eventualmente, às precipitações. Isso pode reduzir a quantidade de chuva nas regiões afetadas, impactando a recarga dos reservatórios.

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A fumaça das queimadas pode afetar o clima local e, por conseguinte, os padrões de precipitação. Mudanças nas condições climáticas locais podem levar a uma redução nas chuvas, agravando a seca e impactando a disponibilidade de água nos reservatórios. Portanto, embora as queimadas não reduzam diretamente o volume de água nos reservatórios, elas têm impactos significativos sobre o ecossistema e o ciclo hidrológico que, por sua vez, afetam a capacidade dos reservatórios de manter níveis adequados de água.


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