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Um tratado global está em negociação, mas políticas locais já apontam caminhos para enfrentar a crise dos plásticos

A reunião em Busan, Coreia do Sul, reúne representantes de todo o mundo com a intenção de criar um acordo legalmente vinculante para frear a poluição plástica. Especialistas esperam que o tratado vá além da gestão de resíduos e reduza a produção de plásticos não essenciais, que atingiu níveis alarmantes. Contudo, diferenças entre nações, especialmente entre grandes produtores de petroquímicos, colocam em risco a eficácia desse acordo.

Enquanto o consenso global ainda é debatido, políticas locais mostram resultados positivos. Mais de 90 países já implementaram restrições ou proibições a plásticos de uso único, como sacolas e canudos. Estudos apontam que proibições bem estruturadas reduzem significativamente o lixo plástico. Nos Estados Unidos, políticas locais eliminaram cerca de 6 bilhões de sacolas plásticas anuais em apenas cinco estados e cidades. Da mesma forma, taxas sobre plásticos, como a do Reino Unido, levaram a uma queda de 80% na quantidade de sacolas plásticas encontradas em praias.

No entanto, políticas mal planejadas podem ter efeitos contrários. Na Califórnia, a substituição de sacolas plásticas comuns por versões mais grossas, mas igualmente descartáveis, elevou o volume de plástico descartado. Especialistas ressaltam a importância de monitorar e ajustar essas regulamentações para evitar brechas e aprimorar resultados.

Além das proibições, a responsabilização das empresas que produzem embalagens plásticas tem gerado avanços notáveis. Na Espanha, uma política de “responsabilidade estendida do produtor” fez a reciclagem de papel e plástico saltar de 5% para 81%. Incentivos fiscais também têm estimulado mudanças. No Reino Unido, fabricantes de plástico pagam impostos adicionais caso suas embalagens tenham menos de 30% de material reciclado, o que está impulsionando a demanda por plásticos mais sustentáveis.

Os microplásticos, responsáveis por até 31% do plástico despejado nos oceanos anualmente, representam outro desafio. Esses pequenos fragmentos, provenientes de pneus, tecidos e cosméticos, acumulam-se de forma quase invisível, mas devastadora. Mais de uma dúzia de países já proibiram microesferas em produtos cosméticos, enquanto a França se destaca ao exigir filtros de microfibra em máquinas de lavar a partir de 2025, medida que pode reduzir em até 75% a liberação de fibras sintéticas nas águas residuais.

Apesar desses avanços, uma mudança estrutural na produção de têxteis e plásticos seria mais eficaz do que depender apenas de filtros e reciclagem. Essa transformação exige a cooperação internacional. Um tratado global forte poderia unificar diretrizes, reduzir discrepâncias entre legislações e atacar o problema de forma sistêmica. Sem ele, o progresso será fragmentado e insuficiente para lidar com a gravidade da crise plástica.


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