Estudantes desenvolvem tecido sustentável usando plantas marinhas

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Equipe interdisciplinar se reuniu para encontrar uma maneira de combater o consumo excessivo de água doce na produção têxtil. O resultado foi a start-up SaltyCo

Um grupo de estudantes de Londres desenvolveu tecidos a partir de plantas cultivadas na água do mar, fornecendo uma solução em potencial para as indústrias têxtil e de moda. Atualmente, um dos grandes problemas desse ramo é o alto consumo de água doce.

A ideia foi fabricar um tecido que possa servir como substituto para o algodão, cujo cultivo chega a consumir até 20.000 litros de água doce para a produção de apenas um quilo do material. O projeto resultou no plano de criação da start-up SaltyCo, voltada para a elaboração de um tecido que usa uma planta tolerante ao sal e que prospera na água do mar. O material poderia servir para a criação de jaquetas com isolamento térmico, couro falso e roupas como camisetas e calças.

Os alunos – uma equipe interdisciplinar do Imperial College de Londres e do Royal College of Art – se reuniram para encontrar uma maneira de combater o alto consumo de água doce na indústria têxtil. Isso os levou à idéia de usar plantas tolerantes ao sal e, após testes promissores, agora planejam o lançamento da SaltyCo para levar seus produtos têxteis ao mercado.

“Inicialmente ficamos chocados com as vastas quantidades de recursos consumidos pelas indústrias de moda e têxtil, principalmente de água doce”, disse Julie Ellis-Brown, engenheira mecânica da SaltyCo à Dezeen.

“Temos levado nosso planeta ao limite de seus recursos e agora estamos começando a ver os efeitos de poços secando, lagos e reservatórios sendo substituídos por desertos e cada vez mais pessoas sofrendo de escassez de água diariamente”, adiciona.

Embora os esforços atuais da indústria estejam focados principalmente no uso de materiais orgânicos ou reciclados, Ellis-Brown disse que a SaltyCo está aguardando o próximo desafio. “Há muito tempo você compra tecidos orgânicos, veganos e naturais”, disse Ellis-Brown. “Mais recentemente, também estamos vendo a introdução da neutralidade de carbono como um padrão. Agora, estamos olhando para qual será o padrão sustentável de amanhã – tecidos sem água doce, por exemplo“. “Ao criar um novo calibre do que é necessário para um têxtil ecológico, esperamos pressionar marcas e líderes de pensamento a se voltarem para esses novos materiais”, acrescentou.

A SaltyCo está desenvolvendo três produtos têxteis diferentes a partir de sua planta tolerante ao sal, que, para proteger sua propriedade intelectual, eles não podem nomear atualmente. Há um tecido, um material semelhante ao TNT e um enchimento.

O enchimento é o mais próximo de estar pronto para o mercado – e a SaltyCo já o exibiu como parte de uma jaqueta. Ellis-Brown diz que o material é quente, leve e hidrofóbico, tornando-o adequado para jaquetas isolantes.

Eles também exibiram o material semelhante ao TNT em algumas formas e creem que pode ser usado para acessórios ou couros falsos. O tecido requer um desenvolvimento mais aprofundado e, se for bem feito, teria propriedades semelhantes às do linho ou do algodão.
A SaltyCo está participando do Venture Catalyst Challenge, do Imperial Enterprise Lab, e espera lançar a startup nos próximos meses.

Fonte: Dezeen

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