Avanços na ciência nos deram maravilhas… E, ao mesmo tempo, calamidades silenciosas. Tome como exemplo os químicos altamente fluorados, também conhecidos como PFASs ou PFCs. Eles são resistentes à água, ao calor e ao óleo. Com isso, indústrias lançaram tapetes e estofados resistentes a manchas, roupas impermeáveis, ceras para pisos, utensílios de cozinha antiaderentes, e por aí vai. Mas algumas substâncias químicas simplesmente não pertencem ao corpo humano – PFASs ou PFCs também nos dão, além desses pequenos confortos, câncer, doenças de tireoide, imunossupressão, baixo peso ao nascer, diminuição da fertilidade e muitos outros efeitos negativos sobre a saúde (saiba mais em “Conheça os perfluorados (PFCs) e seus perigos“).
Os produtos químicos altamente fluorados são onipresentes no ambiente e até na vida selvagem porque são usados com muita frequência e teimosamente resistentes à degradação. Praticamente todos os habitantes dos Estados Unidos os têm em seu sangue, onde podem permanecer por anos.
Uma nova análise abrangente sobre a prevalência de produtos químicos altamente fluorados em embalagens de fast food descobriu que eles são ainda mais resistentes do que se imaginava. Um grupo de pesquisadores trabalhando em conjunto com várias instituições testou mais de 400 amostras de 27 cadeias de fast food dos Estados Unidos. As amostras incluíam embalagens de papel, papelão e recipientes para bebidas. E o que eles encontraram não foi nada animador:
Pesquisas anteriores descobriram que os PFASs em embalagens de alimentos podem se infiltrar nos alimentos.
“Essas substâncias químicas têm sido associadas a inúmeros problemas de saúde, por isso é preocupante que as pessoas estejam potencialmente expostas a eles em alimentos”, diz Laurel Schaider, química ambiental do Silent Spring Institute e principal autora do estudo. “As crianças estão especialmente em risco com relação a efeitos sobre a saúde porque seus corpos em desenvolvimento são mais vulneráveis a produtos químicos tóxicos”, diz Schaider. Isso é especialmente preocupante, como observa o estudo, pois aproximadamente um terço das crianças nos EUA comem fast food todos os dias.
“Todos os PFASs, incluindo os utilizados em substituição aos antigos, são altamente resistentes à degradação e permanecerão no ambiente por um longo tempo”, diz o coautor Graham Peaslee, físico da Universidade de Notre Dame. “Por causa disso, esses químicos altamente fluorados não são sustentáveis e não devem ser usados em produtos compostáveis ou em qualquer produto que possa acabar em um aterro”.
Para ajudar a reduzir a exposição aos químicos fluorados, o Silent Spring Institute oferece as seguintes dicas:
O estudo foi publicado na Environmental Science and Technology Letters.
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