Um artigo recente publicado na revista Nature Geoscience encontrou concentrações perigosas de “produtos químicos eternos” em águas superficiais e subterrâneas ao redor do globo. O levantamento identificou a Austrália, os Estados Unidos e a Europa como os principais pontos críticos.
A análise levou em conta dados de 45.000 amostras de água em todo o mundo, constatando que uma “fração substancial” apresentava níveis de PFAS – substâncias per e polifluoroalquil – superiores aos recomendados.
Essas substâncias, presentes em produtos cotidianos como frigideiras antiaderentes, embalagens de alimentos e roupas impermeáveis, estão associadas a sérios problemas de saúde, incluindo câncer e defeitos congênitos.
Os PFAS foram encontrados em diversos locais, desde ovos de tartaruga até a neve da Antártida. No entanto, o estudo mais recente destaca sua predominância em águas superficiais e subterrâneas utilizadas para consumo humano.
O estudo revelou que 69% das amostras de águas subterrâneas analisadas mundialmente ultrapassaram os padrões mínimos do Canadá, e 6% excederam os padrões da União Europeia.
Austrália, China, Estados Unidos e partes da Europa foram identificados como hotspots globais de altas concentrações de PFAS. No entanto, o estudo reconheceu que esses locais são também onde há maior nível de testes e, com mais pesquisas, resultados semelhantes poderiam ser encontrados em outras regiões do mundo.
Considera-se que os PFAS estão disseminados globalmente, mas a extensão da contaminação em cursos d’água e abastecimentos de água ainda é desconhecida. Em resposta às preocupações de saúde e ambientais, Canadá, Estados Unidos, União Europeia e Austrália começaram a restringir o uso dessas substâncias.
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