Estudo revela correlação entre câncer e presença de plásticos em órgãos humanos

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Um estudo publicado recentemente revelou um panorama alarmante: micro e nanoplásticos (MNPs) estão sendo encontrados em diversos tecidos humanos, ligados a doenças como trombose, inflamações intestinais e até câncer cervical. O crescimento do uso de plásticos, que saltou de 1,5 milhão de toneladas na década de 1950 para 390,7 milhões em 2021, ampliou a circulação dessas partículas microscópicas no solo, água e, agora, no corpo humano.

Estudos científicos analisaram amostras de pele, placenta, fígado, pulmões e até esperma para rastrear a presença de polímeros plásticos. Técnicas avançadas de espectroscopia e cromatografia revelaram que essas partículas não apenas cruzam barreiras naturais, como a hematoencefálica, mas também se acumulam em áreas lesionadas, sugerindo uma possível relação entre sua presença e patologias locais. Modelos celulares e experimentos com animais apontaram que MNPs podem desencadear estresse oxidativo, inflamação e até disfunção mitocondrial.

As partículas foram encontradas em sistemas respiratório e digestivo, desde o tecido pulmonar até saliva e fezes, gerando preocupações sobre seu impacto na saúde. Uma questão emergente é se os microplásticos causam as lesões ou se tecidos já danificados atraem mais partículas. Apesar da incerteza, os dados oferecem alvos promissores para pesquisas futuras.

Embora o mapeamento seja um avanço, a ausência de métodos para remover microplásticos do ambiente e do corpo humano intensifica os desafios. A ciência ainda busca soluções para mitigar o impacto dessas partículas em níveis celular e ambiental. Enquanto isso, a pesquisa destaca a necessidade de estratégias preventivas mais rigorosas, desde a redução do consumo de plásticos até políticas públicas que limitem sua dispersão.

Estudos publicados recentemente reforçam o alerta sobre o custo invisível do plástico para a saúde global. A conexão entre plásticos e doenças humanas exige não só investigação contínua, mas também uma mudança urgente na forma como a sociedade lida com o material.

Stella Legnaioli

Jornalista, gestora ambiental, ecofeminista, vegana e livre de glúten. Aceito convites para morar em uma ecovila :)

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